A análise da estrutura musculoesquelética de cães atletas é fundamental para garantir que eles possam competir com segurança e alcançar seu máximo desempenho. Em algumas raças, os sistemas musculoesqueléticos enfrentam estresses similares, especialmente quando a razão entre a altura e comprimento (relação W:H) ultrapassa 0,45. Nesse caso, os cães devem ser orientados a treinar e competir, tanto quanto possível, em superfícies não escorregadias e altamente compressíveis, o que ajuda a reduzir os efeitos do esforço repetitivo no sistema musculoesquelético.
A avaliação da estrutura canina é idealmente feita quando o cão está em uma posição padronizada. Nessa posição, o cão deve estar ereto, com o rádio e a ulna perpendiculares ao solo, os metacarpos também perpendiculares ao solo, e a cabeça erguida, com o focinho apontando para frente. Essa postura padronizada permite uma visão consistente da estrutura do cão, facilitando a comparação com os padrões da raça e a identificação de alterações estruturais ao longo do tempo. Alterações no topline do cão, como lordose ou cifose, podem indicar fraqueza nos músculos centrais ou lesões na coluna vertebral. Mudanças no ângulo dos membros e assimetrias entre os membros torácicos e pélvicos são mais facilmente identificadas quando o cão é posicionado de maneira consistente para avaliação.
O estudo da estrutura do membro pélvico é crucial, pois diferentes raças e indivíduos dentro dessas raças podem apresentar variações substanciais. O principal parâmetro observado é o ângulo de encontro dos ossos longos na região pélvica, conhecido como angulação do membro pélvico. A angulação pode ser avaliada de forma simples, desenhando uma linha imaginária perpendicular ao solo, tocando o tubérculo isquiático. Se as unhas do cão estiverem a uma distância de, no máximo, metade do comprimento do pé do cão dessa linha imaginária, considera-se que o cão tem uma angulação moderada, o que é ideal para a maioria das raças de desempenho.
Cães com angulação abundante nos membros pélvicos podem dar passos mais longos, o que reduz o gasto de energia ao se moverem por uma determinada distância. Se a musculatura do membro pélvico for forte o suficiente, a angulação abundante pode gerar mais potência na parte traseira do animal. Contudo, essa angulação excessiva tende a causar instabilidade nos membros pélvicos, o que prejudica a potência e o impulso, além de aumentar o risco de lesões nas articulações, como o rompimento do ligamento cruzado craniano (CCL). Por outro lado, cães com angulação mínima nos membros pélvicos têm maior precisão ao posicionar os pés traseiros e são capazes de fazer curvas mais fechadas, mas tendem a ter menos potência na parte traseira e, frequentemente, se tornam mais vulneráveis a lesões quando o torque é aplicado sobre o joelho.
Embora a angulação ideal dependa das características individuais de cada cão, para a maioria dos cães de desempenho, uma angulação moderada é a melhor escolha. No entanto, é imprescindível que a força muscular adequada do membro pélvico esteja presente para otimizar o desempenho, pois músculos fortes são necessários para sustentar os membros em suas posições anguladas. Cães com musculatura fraca tendem a ter uma angulação mais reta, utilizando os ossos do membro pélvico para suportar seu peso, o que pode levar a um desempenho prejudicado, especialmente em atividades intensas.
Em algumas raças, como o Pastor Alemão, a angulação extrema dos membros pélvicos é comum, o que pode comprometer a postura do cão. Muitos exemplares dessa raça não conseguem ficar em pé na posição padronizada e, ao invés disso, adotam uma postura de tripé, com um membro pélvico posicionado corretamente e o outro colocado cranialmente sob o corpo para maior suporte. Essa angulação extrema causa uma queda do quadril, resultando em uma coluna vertebral excessivamente inclinada. Além disso, esses cães frequentemente apresentam instabilidade nos membros pélvicos durante o movimento, com os tarsos se movendo lateralmente a cada passo. Em muitos casos, essa angulação extrema não proporciona nenhum benefício funcional, sendo compensada por uma maior instabilidade e suscetibilidade a lesões.
Por fim, é importante lembrar que os cães de trabalho, como os cães policiais, frequentemente enfrentam situações extremas de esforço, o que pode resultar em lesões musculares e articulares. O caso de um cão Pastor Alemão que sofreu uma distensão nos tendões extensores do carpo ao saltar de um balcão é um exemplo claro de como lesões traumáticas podem ocorrer em cães de alto desempenho. O tratamento adequado para essas condições inclui descanso, terapias físicas, como ultrassom terapêutico e exercícios de reabilitação, e o uso de suportes articulares para garantir que o cão possa voltar ao seu trabalho sem comprometer sua saúde a longo prazo.
Como desenvolver um plano de reabilitação funcional eficaz a partir da avaliação musculoesquelética?
A avaliação musculoesquelética eficaz parte da compreensão detalhada das estruturas envolvidas e dos movimentos associados a cada grupo muscular, com o objetivo de identificar disfunções, elaborar uma lista de problemas, e construir um diagnóstico funcional que sirva de base para um plano de reabilitação direcionado. Cada músculo contribui para uma cadeia cinética específica e, quando alterado em sua função, gera padrões compensatórios que devem ser reconhecidos e abordados.
O trapézio, cabeça caudal, facilita o deslizamento dorso-caudal da escápula, enquanto o omotransversário promove seu deslizamento cranial, associado à inclinação lateral da coluna cervical. O subescapular atua na adução da articulação glenoumeral, funcionando como estabilizador medial, essencial nos casos de instabilidade glenoumeral. O serrátil ventral, com suas fibras craniais e caudais, guia a escápula em direções ventro-cranial e ventro-caudal, sendo crucial para a mecânica escapular funcional.
Os músculos supraespinal e infraespinal se destacam no controle da articulação glenoumeral, promovendo extensão, abdução e rotação externa, respectivamente. Alterações nesses músculos frequentemente implicam em perda de controle articular dinâmico. O bíceps braquial influencia a extensão glenoumeral e a flexão do cotovelo, tendo papel duplo em articulações distintas, o que o torna vulnerável em lesões por sobreuso. O braquiocefálico, além de contribuir para a extensão glenoumeral, age na inclinação lateral cervical, integrando a função axial e apendicular.
Os deltoides, responsáveis por flexão e abdução glenoumeral, trabalham em conjunto com o latíssimo do dorso, que, além de flexionar, aduz e realiza rotação interna da glenoumeral, participando da estabilização dinâmica do ombro. Os peitorais superficial e profundo atuam na adução e rotação interna, sendo muitas vezes hiperativos em pacientes com instabilidade anterior. O redondo maior compartilha essas funções, reforçando o papel dos adutores e rotadores internos na contenção da cabeça umeral.
Músculos do cotovelo e carpo, como tríceps e braquial, flexores e extensores carpais e digitais, completam o quadro cinético do membro torácico, sendo indispensáveis para o movimento fluido da extremidade distal. Identificar disfunções nestes segmentos exige análise integrada dos padrões de marcha e uso funcional do membro.
Durante a avaliação, utiliza-se a terminologia anatômica de forma precisa, permitindo que outros profissionais localizem a lesão e compreendam o tecido afetado — se músculo, junção miotendinosa, tendão, ligamento, cápsula articular, cartilagem ou osso. A cronicidade das alterações deve ser classificada como aguda, subaguda ou crônica.
A hipótese diagnóstica funcional é construída a partir da lista de problemas identificados, considerando a gravidade da dor, os tecidos primários versus compensatórios, e sua relação com os objetivos funcionais do paciente. Essa análise é acompanhada de uma estimativa de prognóstico, com cronograma de evolução baseado na resposta esperada à intervenção especializada.
A formulação do plano de tratamento segue a lógica clínica e se estrutura em torno dos objetivos funcionais do paciente, tratando primeiro a dor e inflamação, restaurando a qualidade e equilíbrio tecidual, e então corrigindo déficits de força e função. A frequência, duração e dosagem das intervenções são adaptadas conforme a fase de cicatrização e tipo de tecido envolvido.
As intervenções incluem técnicas manuais, como mobilizações articulares e liberação miofascial; modalidades físicas, como laser de baixa intensidade, eletroterapia e campos eletromagnéticos pulsáteis; e exercícios terapêuticos cuidadosamente planejados com base na anatomia e biomecânica. A aplicação incorreta dessas técnicas pode não apenas retardar a recuperação, mas piorar a condição existente.
O exercício terapêutico é, talvez, a intervenção mais dependente de conhecimento técnico, exigindo domínio sobre inserções musculares, tipos de contração, recrutamento motor e tempo de ativação muscular. A reabilitação eficaz depende da escolha precisa de exercícios que desafiem o músculo na função que se deseja restaurar, respeitando o estado do tecido.
Além disso, tratamentos integrativos como acupuntura, dry needling e manipulação espinhal veterinária são recursos válidos quando aplicados por profissionais capacitados. A escolha da abordagem deve sempre considerar a resposta funcional e sintomática do paciente, com reavaliações constantes ao longo do processo.
É fundamental que cada intervenção tenha respaldo no diagnóstico funcional e nos objetivos traçados, permitindo que diferentes profissionais possam seguir com o tratamento com base nos registros objetivos de avaliação, lista de problemas e plano de cuidados estabelecido.
A compreensão da função muscular deve ser expandida para além da ação isolada de cada músculo. É essencial considerar sua atuação em cadeias sinérgicas, sua influência em segmentos adjacentes e sua resposta a diferentes tipos de carga. A avaliação qualitativa do movimento e da função não pode ser dissociada do contexto clínico do paciente, e o plano de tratamento deve ser dinâmico, adaptando-se à evolução da condição clínica, respostas teciduais e metas funcionais.
A Displasia Coxofemoral em Cães: Prevalência, Diagnóstico e Abordagens Terapêuticas
A displasia coxofemoral (DC) é a condição ortopédica de desenvolvimento mais comum em cães, sendo altamente dependente da raça (Witsberger et al., 2008; Smith et al., 2012). Apesar dos esforços para erradicar a doença por meio de programas seletivos de reprodução, sua prevalência continua alarmantemente alta em algumas raças específicas (Coopman et al., 2008; Witsberger et al., 2008; Smith et al., 2012). Uma análise de mais de 1,2 milhão de cães entre 1964 e 2003 revelou a prevalência e os fatores de risco para a DC em mais de 50 raças (Witsberger et al., 2008). Entre as raças mais afetadas estão os cães de Terra Nova, Rottweilers, Pastores Alemães e Retrievers, com uma prevalência de até 17% (Witsberger et al., 2008).
Um estudo conduzido por Smith e seus colegas acompanhou uma colônia de Labrador Retrievers ao longo de sua vida e observou que, apesar de a reprodução ser direcionada para uma incidência esperada de DC entre 26% e 51%, na prática, 98% dos cães apresentavam sinais da doença no momento da morte (Smith et al., 2012). Esses estudos destacam que a displasia coxofemoral é uma condição complexa, com múltiplos fatores envolvidos no seu desenvolvimento, progressão e diagnóstico. A DC é uma condição poligênica e herdável, cujo fenótipo pode ser influenciado por fatores como o status reprodutivo, idade, condição corporal, conformação, dieta e outros fatores ambientais (Spain et al., 2004; Demko & McLaughlin, 2005; Witsberger et al., 2008; Smith et al., 2012).
Embora existam testes genéticos patenteados para a condição, estudos não conseguiram provar sua confiabilidade para avaliar o risco individual de DC em diversas raças (Manz et al., 2017; Bruun et al., 2020). Cães castrados são mais suscetíveis à DC, e foi observada uma associação entre a gonadectomia antes dos 5 meses de idade e o desenvolvimento da doença tanto em machos quanto em fêmeas (Spain et al., 2004; Witsberger et al., 2008). Além disso, um estudo realizado por Smith, Kealy e outros pesquisadores mostrou que cães mantidos em uma condição corporal magra, por meio de restrição calórica, apresentaram um atraso no desenvolvimento e/ou uma redução na gravidade da DC em comparação com pares da mesma ninhada que tinham uma condição corporal superior (Kealy et al., 2002; Smith et al., 2012).
O diagnóstico da DC é baseado no exame físico e nos achados radiográficos. A manobra de Ortolani, que permite a palpação da laxidão passiva do quadril, pode ser usada em cães imaturos para detectar a doença (Demko & McLaughlin, 2005; Gatineau et al., 2012). Este teste pode ser impreciso em cães com menos de 4 meses, pois a laxidão atinge o pico entre os 2 e 6 meses de idade (Smith et al., 1998; Gatineau et al., 2012). A sensibilidade e especificidade do sinal positivo de Ortolani detectado aos 6 meses para o desenvolvimento de artrose coxofemoral aos 2 anos são de 100% e 50%, respectivamente (Gatineau et al., 2012). Em cães adultos, os achados do exame físico geralmente incluem claudicação, atrofia muscular dos membros pélvicos, fraqueza glútea, proeminência do trocanter maior indicativa de subluxação da cabeça femoral, redução da extensão passiva e ativa do quadril, e fraqueza dos músculos centrais (Demko & McLaughlin, 2005; Bockstahler et al., 2012).
O exame radiográfico é fundamental para avaliar a conformação do quadril e os sinais de artrose secundária. A vista radiográfica padrão de membros estendidos (vista ventrodorsal - VD) é amplamente utilizada e exigida pela Orthopedic Foundation for Animals (OFA) para a triagem de raças (Figura 19.2). No entanto, essa metodologia de triagem apresenta limitações, como subestimar a laxidão articular. Além disso, as radiografias são avaliadas com base em uma classificação subjetiva que observa a conformação da articulação, a laxidão e as alterações degenerativas, sendo necessária a idade mínima de 2 anos para a avaliação adequada. Vale destacar que a submissão de radiografias ao OFA por criadores e veterinários é voluntária, o que pode levar a uma subestimação da prevalência da DC (Powers et al., 2010; Gatineau et al., 2012; Verhoeven et al., 2012). Outras abordagens radiográficas, como o PennHIP®, permitem diagnosticar a DC de forma mais objetiva e precoce, levando em consideração a laxidão passiva da articulação e a congruência entre a cabeça femoral e o acetábulo (Powers et al., 2010). O PennHIP® é considerado um método confiável de triagem, sendo possível avaliar cães a partir dos 6 meses de idade (Powers et al., 2010). Quando comparado diretamente, o OFA tende a subestimar a suscetibilidade à artrose, enquanto o PennHIP® oferece uma previsão mais precisa do risco de desenvolvimento de osteoartrite (OA) (Powers et al., 2010).
O tratamento da DC em cães envolve abordagens tanto cirúrgicas quanto não cirúrgicas. A gestão não cirúrgica inclui um protocolo multimodal, que envolve manutenção de uma condição corporal adequada, modificação da atividade, farmacoterapia oral, terapias de reabilitação, terapias intra-articulares e medicina complementar. Estudos revisados sistematicamente sobre a gestão não cirúrgica da DC mostraram que a restrição alimentar para manutenção de peso e a administração parenteral de glicosaminoglicanos polisulfatados (PSGAGs) e células-tronco derivadas de adipócitos são práticas eficazes (Kirkby & Lewis, 2012). Além disso, técnicas como acupuntura, terapia de ondas de choque extracorpóreas (ESWT) e suplementação com ácidos graxos ômega-3 têm mostrado eficácia (Roush et al., 2010). Contudo, a avaliação científica da reabilitação física, incluindo exercícios terapêuticos e hidroterapia, para o manejo da DC e OA em cães ainda permanece sem investigação conclusiva.
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Como Reabilitar e Avaliar Distúrbios Ortopédicos Comuns nas Extremidades Pélvicas Caninas
A reabilitação de distúrbios ortopédicos nas extremidades pélvicas de cães requer um planejamento cuidadoso e uma abordagem gradual, especialmente após intervenções cirúrgicas como a osteotomia da cabeça femoral, que é um procedimento comum em cães com problemas articulares graves, como a displasia coxofemoral. O processo de recuperação deve ser dividido em fases específicas, com objetivos claramente definidos para restaurar a funcionalidade e reduzir a dor.
No caso da osteotomia da cabeça femoral, a fase inicial da reabilitação foca na redução da dor e no controle de espasmos musculares. Isso é alcançado por meio de terapias manuais, como compressões suaves da articulação coxofemoral, e o uso de modalidades terapêuticas, incluindo terapia a laser, estimulação de onda de choque (ESWT) e o uso de calor e gelo, conforme necessário. A mobilização de tecidos moles também é crucial para reduzir aderências e pontos gatilho, melhorando a mobilidade e a flexibilidade da articulação. Durante essa fase, o exercício terapêutico é fundamental, com foco na propriocepção e no aumento progressivo da carga no membro afetado.
À medida que o cão avança para a segunda fase da reabilitação, o objetivo é continuar a melhorar a carga do peso e reduzir os padrões compensatórios no movimento e na marcha. O fortalecimento muscular da região pélvica e a estabilização do core tornam-se prioridades, com ênfase na recuperação da força dos músculos glúteos, quadríceps e isquiotibiais. A resistência física também é trabalhada com aumento gradual da intensidade e da duração dos exercícios. Os exercícios específicos para melhorar a marcha, como os cavalletis, as passagens em figuras de 8, o andar para trás e os passos laterais, ajudam a reforçar a capacidade funcional do cão.
Na fase final da reabilitação, o foco é permitir que o animal retome as atividades funcionais com maior segurança. Isso inclui a capacidade de correr, saltar, mudar de direção e subir escadas. A incorporação de exercícios pliométricos, como saltos simples e duplos, saltos com rotação e saltos de uma plataforma, são eficazes para restaurar a confiança e a funcionalidade dos membros. Também é importante o ajuste do programa de exercícios para incluir atividades de casa que favoreçam a retomada gradual das atividades normais, como correr e brincar sem guia.
Além das opções de tratamento físico, a avaliação clínica também deve considerar o controle do peso e mudanças no estilo de vida, essenciais para a gestão a longo prazo da saúde do animal. Em muitos casos, ajustes na dieta e no nível de atividade podem reduzir o impacto de sobrecarga nas articulações afetadas.
Outro aspecto importante no processo de reabilitação é o acompanhamento contínuo da evolução do quadro. O uso de técnicas como a avaliação da amplitude de movimento (ROM) e o controle da dor através de anti-inflamatórios ou injeções de medicamentos específicos deve ser adaptado conforme a resposta do paciente. A progressão gradual e o monitoramento de sinais como inchaço, atrofia muscular e alterações na marcha são cruciais para garantir uma recuperação eficaz.
O tratamento de lesões no quadril, como a osteoartrite coxofemoral ou a luxação patelar, requer uma abordagem holística, onde a combinação de terapias físicas, exercícios específicos e controle de peso oferece os melhores resultados. Os exercícios terapêuticos devem ser ajustados continuamente para atender às necessidades do cão, aumentando progressivamente a dificuldade à medida que a força e a mobilidade melhoram.
Além disso, em casos de luxação patelar de grau I e II, a reabilitação envolve o fortalecimento dos músculos da coxa, quadríceps e isquiotibiais para corrigir o desalinhamento da patela e prevenir futuras luxações. Técnicas de mobilização manual e exercícios específicos de ROM também são cruciais para melhorar o controle muscular e a funcionalidade do joelho.
Um aspecto que não pode ser negligenciado é a importância da adaptação do ambiente do cão para facilitar a recuperação. Por exemplo, a redução de escadas e superfícies escorregadias em casa, bem como o uso de plataformas de suporte para facilitar o movimento entre diferentes posições, pode ter um impacto significativo na recuperação do animal.
Portanto, a reabilitação ortopédica em cães exige uma abordagem paciente e meticulosa. O acompanhamento médico constante, a execução de exercícios apropriados e o controle de dor são fundamentais para garantir uma recuperação bem-sucedida e uma melhor qualidade de vida para o animal.
Qual é o impacto da alimentação na performance atlética canina e na reabilitação?
A composição da dieta de um cão atleta deve ser cuidadosamente planejada para atender às exigências energéticas específicas do animal durante suas atividades físicas. O planejamento nutricional pode variar consideravelmente de acordo com a carga de trabalho do paciente, sendo ajustado em função da intensidade e duração da atividade. Por exemplo, a ingestão de calorias e macronutrientes precisa ser adaptada ao nível de atividade do cão, garantindo que ele tenha energia suficiente para desempenhar suas funções, ao mesmo tempo que evita episódios de hipoglicemia durante a execução de tarefas intensas. A administração de calorias antes da atividade, com uma janela de tempo de pelo menos duas horas, pode evitar tais episódios e otimizar a performance durante o exercício. Além disso, o uso de soluções de dextrose durante e após a atividade tem se mostrado eficaz na eliminação dos episódios de hipoglicemia, quando administradas de forma controlada.
Em termos de composição dietética, a relação entre proteínas, carboidratos e lipídios deve ser balanceada com cuidado. A proteína desempenha um papel importante na recuperação muscular e na preservação da massa magra, especialmente em atividades físicas de média intensidade. No entanto, a inclusão de proteínas em dietas de cães atletas ainda não foi amplamente estudada como no caso dos humanos, e a real necessidade ou benefício de um suplemento de proteína pós-exercício continua sendo uma área de debate.
Outro componente importante é a fibra dietética, que tem um impacto significativo na qualidade das fezes e no processo digestivo. As fibras insolúveis e solúveis desempenham papéis distintos no organismo do cão atleta. As fibras insolúveis aumentam o volume das fezes e ajudam a melhorar a consistência, especialmente em casos de diarreia. Por outro lado, as fibras solúveis têm a capacidade de alterar a microflora intestinal, o que pode melhorar a absorção de nutrientes e o funcionamento intestinal, sendo especialmente úteis para cães que enfrentam diarreia relacionada ao estresse do exercício. A fibra solúvel também pode promover a regeneração das células intestinais, contribuindo para uma recuperação mais eficaz após episódios gastrointestinais.
A inclusão de psyllium, uma fibra solúvel que pode ser fermentada por certas bactérias intestinais benéficas, tem mostrado benefícios em cães com diarreia crônica relacionada ao exercício. Estudos demonstraram que a adição de psyllium à dieta de cães policiais, por exemplo, melhorou a qualidade das fezes em 90% dos casos. A dosagem recomendada varia entre 4 a 16 g por dia, dependendo do peso do cão, e deve ser ajustada para evitar a superfermentação, que pode levar a uma deterioração da qualidade fecal.
A suplementação de probióticos, por sua vez, não tem sido suficientemente estudada no contexto da performance atlética canina. Embora esses suplementos possam melhorar a resposta imunológica e a eficácia das vacinas em filhotes, não há dados robustos que sugiram que eles aumentem a performance atlética dos cães.
A presença de minerais essenciais, como cálcio, fósforo, magnésio e potássio, também é crucial para o bom funcionamento do organismo de um cão atleta. A deficiência de minerais pode afetar negativamente a estrutura óssea e as funções celulares, prejudicando a performance e até mesmo levando a lesões. O equilíbrio entre cálcio e fósforo, por exemplo, é vital para a integridade óssea e a comunicação celular. Em dietas não tradicionais, como aquelas baseadas em carne sem ossos, é recomendado a adição de ossos moídos para melhorar esse equilíbrio mineral.
O magnésio, particularmente, pode ser um ponto de preocupação em dietas que não incluem ossos, já que a deficiência desse mineral pode resultar em problemas musculares, como a hipermobilidade do carpo, observada em raças de cães de endurance, como os Huskies. Além disso, estudos indicam que a hiponatremia, uma condição caracterizada pela baixa concentração de sódio no sangue, pode ocorrer em cães durante eventos de endurance devido ao alto consumo de carne e ao aumento da taxa de troca de água, o que demanda cuidados na gestão de eletrólitos.
Esses fatores são fundamentais para garantir que os cães atletas possam manter um desempenho ideal e evitar problemas de saúde relacionados ao desequilíbrio nutricional. É essencial observar que a alimentação adequada não apenas suporta a performance atlética, mas também desempenha um papel vital na recuperação após o esforço físico.
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