Durante o processo de reação de poliuretano, a taxa de reação inicialmente segue um padrão químico bem definido, mas, à medida que o processo avança, diversos fatores começam a influenciar a velocidade dessa reação. O impacto da formação de gel e da separação de fases, por exemplo, tem um efeito notável sobre a taxa de reação, dependendo do estágio da conversão em que essas mudanças ocorrem.

Quando a reação começa, a mobilidade molecular é relativamente alta, permitindo que os grupos reativos se encontrem e formem pares de reação. Este processo ocorre de forma eficiente, com uma taxa de formação dos pares de reação governada pela constante de taxa de difusão, kdk_d, e pela constante de taxa de reação, k1k_1, que descreve a formação do urethane. Inicialmente, a reação é controlada quimicamente, pois a taxa de formação dos pares de reação (determinado por k1k_1) domina sobre a taxa de difusão. No entanto, conforme os oligômeros se formam e aumentam sua massa molecular, sua mobilidade diminui, reduzindo as constantes de taxa de difusão. Quando essas constantes caem abaixo da constante de reação, a reação torna-se controlada por difusão.

Esse ponto de transição, onde a reação se torna controlada por difusão, leva a uma diminuição significativa da taxa de reação. À medida que a mobilidade molecular diminui ainda mais devido à formação de uma rede sólida ou à vitrificação, a reação pode até parar completamente, mesmo que não tenha ocorrido uma conversão total dos grupos reativos. Essa transição é visualizada frequentemente em gráficos de conversão versus tempo, onde o impacto da solidificação ou vitrificação pode ser claramente observado, com diferentes cenários de conversão e tempo para o término da reação.

O desenvolvimento da estrutura do polímero, que inclui a transição de fases como gel e vitrificação, pode ocorrer de maneiras distintas dependendo das condições do processo. Se a solidificação não ocorrer, a reação pode continuar a uma taxa constante até atingir a conversão completa. No entanto, se a solidificação ocorre precocemente, a reação é drasticamente retardada, interrompendo a cura do material antes que a conversão total seja alcançada. Em cenários intermediários, onde a solidificação ocorre tardiamente, o processo continua, mas a taxa de reação diminui à medida que o material se solidifica, alcançando eventualmente a conversão completa com tempo suficiente.

Outro aspecto importante no comportamento de cura dos sistemas de PU rígido é a análise do diagrama de Cura Tempo-Temperatura-Transformação (TTT), que descreve a relação entre o tempo e a temperatura durante o processo de cura. Esse diagrama mostra a transição do estado líquido para o gel, passando pela vitrificação e chegando à cura completa. O diagrama pode ser dividido em várias zonas, incluindo a zona líquida, sol/gel borracha, vidro incompletamente curado, borracha totalmente curada e vidro totalmente curado. Cada uma dessas zonas corresponde a um estado molecular e físico distinto do material, que pode ser observado experimentalmente através da medição de tempos específicos para a gelificação, vitrificação e cura total.

A zona onde a cura ocorre acima da temperatura de transição vítrea (TgT_g) do polímero, por exemplo, pode ser caracterizada por uma taxa de reação controlada quimicamente e uma conversão rápida. Se a cura ocorrer abaixo dessa temperatura, a reação pode continuar mesmo no estado vitrificado, embora a taxa de reação seja drasticamente reduzida. Em temperaturas significativamente mais baixas que o TgT_g, a reação pode parar completamente antes de atingir a conversão total, resultando em um material com defeitos de rede que compromete suas propriedades, como a resistência e a flexibilidade.

Embora o diagrama TTT seja aplicável principalmente a sistemas de cura isotérmicos, ele oferece uma boa base para entender os processos de cura de poliuretanos rígidos, mesmo quando o processo não é isotérmico, como nos casos de reações de expansão de espuma. Nestes casos, o calor gerado pela reação exotérmica aquece o sistema, criando um ambiente quase adiabático, onde o processo de cura e expansão ocorre simultaneamente. À medida que a reação se aproxima de sua conclusão, a taxa de reação diminui devido à vitrificação ou à reação completa dos grupos reativos.

É crucial compreender que a formação da estrutura do polímero e a transição entre os estados de gel e vidro têm um impacto direto sobre a eficácia da cura. A estrutura final do material não depende apenas dos grupos reativos, mas também de como as mudanças de fase afetam a mobilidade molecular e, consequentemente, a taxa de reação. Em sistemas de cura não isotérmicos, como os usados em processos de espumação, o aumento da conversão e da temperatura pode criar condições onde a cura é interrompida prematuramente, afetando negativamente as propriedades finais do material.

Como o Equipamento e os Processos de Injeção Reagem à Complexidade do Poliéster

Os componentes A e B são medidos e alimentados nas câmaras cilíndricas a pressões baixas. Durante o ciclo de injeção, a pressão dentro dos cilindros aumenta até atingir a pressão de processamento definida, momento em que os bicos de injeção controlados por pressão se abrem, iniciando o disparo. Os pistões, geralmente acionados hidraulicamente, têm seu deslocamento ajustado para garantir que os reagentes sejam descarregados em um único movimento de pistão. Essa precisão permite que as máquinas manipulem componentes altamente viscosos e com preenchimentos, com taxas de fluxo de até 10 kg/s.

Máquinas padrão de injeção reativa de alta pressão (RIM) são, de forma geral, inadequadas para a produção de sistemas compostos reforçados com fibras. Tecnologias especializadas, como Long Fiber Injection (LFI), Composite Spray Molding (CSM) e Reinforced Reaction Injection Molding (R-RIM), foram desenvolvidas para atender a essas exigências. Para materiais compostos reforçados com fibra de vidro, processos como Resin Transfer Molding (RTM) e Structural RIM (S-RIM) são empregados. O processo de pultrusão também é utilizado para a produção de perfis contendo fibras de vidro contínuas.

No que diz respeito ao processamento em grande escala de poliuretano, é necessário um conjunto de instalações adequadas para o armazenamento e manejo dos materiais brutos, equipamentos de moldagem, unidades de medição e dispensadores. Os materiais de base, como o poliisocianato e o polióis, são entregues em tambores de 200 a 250 kg, Contêineres a Granel Intermediários (IBCs), ou em caminhões-tanque, que transportam aproximadamente 23 toneladas. Em fábricas de grande porte, os materiais brutos são armazenados em tanques, frequentemente organizados em pares para isocianato e polióis, com volumes de 15 a 30 m³. A proteção contra flutuações de temperatura e umidade é essencial, especialmente para evitar a cristalização e a formação de sólidos no isocianato.

Esses materiais são então transferidos para tanques menores, conhecidos como "tanques de trabalho" ou "tanques diários", nos quais os líquidos são bombeados para estações de pré-mistura. Nestas estações, componentes adicionais como surfactantes e catalisadores podem ser incorporados antes que os componentes reativos sejam condicionados para o processo de moldagem.

Os moldes desempenham um papel crucial no processamento de poliuretano, sendo projetados para atender a vários requisitos fundamentais: receber e distribuir a mistura reativa, manter a temperatura interna, acomodar a pressão, prevenir perdas de material e reduzir o excesso de material (flash), além de evitar a aprisionamento de ar. A temperatura do molde é um fator crítico para a qualidade do produto final. Moldes frios retardam a cura da superfície, o que pode resultar em camadas frágeis e densas, com má adesão aos substratos. Por isso, é comum que os moldes sejam aquecidos antes de iniciar a produção. No entanto, durante o processo, o aumento da temperatura interna devido às reações exoérmicas pode causar a evaporação prematura do agente de expansão, resultando em falhas internas, como vazios ou bolhas. Para resolver isso, muitos moldes possuem unidades de resfriamento que ajudam a dissipar o calor excessivo.

A pressão dentro de um molde fechado pode aumentar consideravelmente e, dependendo do excesso de embalagem, pode atingir até 100 kPa ou mais. Isso exige que os moldes e seus suportes sejam projetados para suportar pressões de até 200 kPa, o que equivale a uma força de aperto de cerca de 20 toneladas para um molde de tamanho médio de 1 m². Durante o processo de moldagem, é necessário permitir que o ar aprisionado escape, o que é feito por meio de furos de ventilação, normalmente localizados na parte superior ou nas linhas de divisão do molde.

No caso de moldes usados para a produção de espumas flexíveis de PU ou microcelulares, o uso de reforços, como estruturas metálicas ou peças termoplásticas moldadas, pode ser necessário, especialmente em aplicações como volantes e encostos de cabeça. Esses reforços são fixados no molde durante o processo de injeção. Além disso, existe a possibilidade de utilizar a tecnologia de In-Mold Coating (IMC), onde um revestimento decorativo é aplicado ao molde antes da injeção do líquido reativo. Assim, o revestimento se transfere para o produto final durante a desmoldagem, funcionando como um agente de desmoldagem e uma camada decorativa simultaneamente.

O uso de mesas rotativas é uma solução eficiente para aumentar a produtividade e reduzir custos, permitindo que um único dispensador atenda a múltiplos moldes. Estas mesas podem acomodar mais de 20 moldes, com o cabeçote de mistura posicionado de forma fixa, enquanto os moldes são movidos para frente e para trás. Esse sistema é utilizado, por exemplo, na produção de assentos automotivos e solados de calçados, dependendo do tipo de molde (fixo ou rotativo) e do processo de injeção (moldagem aberta ou fechada).

As unidades de medição mais comuns incluem bombas de engrenagem, pistão, êmbolo e axial. As bombas de engrenagem, que podem operar a diferentes pressões, são adequadas para componentes altamente viscosos e com aditivos. Elas funcionam capturando o líquido entre os dentes de duas engrenagens rotativas, liberando-o ao longo do processo de bombeamento. Já as bombas de êmbolo e pistão utilizam o movimento de um pistão ou êmbolo para reduzir e aumentar o volume de uma câmara cilíndrica, causando a sucção e compressão do líquido. Apesar de sua eficiência, esse processo não é completamente uniforme, devido ao ciclo periódico de sucção e compressão.

As bombas de pistão axial, por outro lado, são mais avançadas, possuindo vários pistões dispostos em um padrão circular dentro de um bloco cilíndrico rotativo. Essas bombas oferecem um bombeamento mais constante e controlado, com a taxa de fluxo ajustável conforme a geometria do bloco. Esse tipo de bomba é ideal para componentes que exigem precisão e controle de fluxo durante a produção em larga escala.

Quais são os principais componentes e desafios na formulação de espumas rígidas de PU e PIR?

As espumas rígidas de poliuretano (PU) e poliisocianurato (PIR) são amplamente utilizadas em aplicações que exigem propriedades específicas, como isolamento térmico e resistência ao fogo. A formulação dessas espumas envolve a combinação de diversos ingredientes químicos que, ao interagir, geram uma estrutura de célula fechada capaz de suportar diferentes condições de uso. A composição típica de uma espuma rígida envolve poliésteres, poliol, isocianato, agentes de expansão e retardantes de chama. O controle de cada um desses componentes é essencial para garantir o desempenho desejado do produto final.

A base das espumas rígidas de PU é o poliol, composto principalmente por polióis polieter que, ao serem misturados com isocianatos, formam as ligações de ureia e ureteno, resultando na formação da espuma. Os polióis usados nessa formulação geralmente possuem valores de hidroxila que variam de 300 a 600 mg KOH/g e funcionalidade entre 2 e 8. A funcionalidade do poliol influencia diretamente a fluidez da espuma em expansão, a exoterma do processo e a temperatura de transição vítrea do material final. A escolha do isocianato adequado, como o PMDI, é crucial para otimizar as propriedades mecânicas e a estabilidade térmica da espuma.

A água é o principal agente químico de expansão, reagindo com os isocianatos para gerar dióxido de carbono, que cria as células da espuma. Contudo, o uso exclusivo da água como agente de expansão tem suas limitações. Altos teores de água podem resultar em espumas com densidades inadequadas e propriedades mecânicas insatisfatórias, como maior fragilidade e menor resistência ao calor. A reação exotérmica gerada pela reação de ureia também pode causar dificuldades no controle da temperatura do processo, com risco de "queimaduras" na espuma. Para contornar esses problemas, combina-se a água com um agente de expansão físico, como o pentano. O pentano, sendo menos volátil que a água, contribui para a melhoria da eficiência do agente expansor, além de melhorar o valor de isolamento térmico da espuma, já que seu valor de condução térmica é muito mais baixo do que o do dióxido de carbono ou ar.

No entanto, o uso de pentano como agente de expansão tem implicações significativas no comportamento de fogo da espuma. O pentano é altamente inflamável e, portanto, o processo de fabricação de espumas com esse componente exige equipamentos especializados, à prova de explosões. Em muitos casos, alternativas não inflamáveis, como os agentes halogenados, são utilizadas, embora a um custo mais elevado. Além disso, a adição de retardantes de chama se torna obrigatória em aplicações como isolamento de edifícios, para atender às classificações de resistência ao fogo exigidas.

O índice de isocianato na formulação de espumas rígidas de PU varia entre 110 e 130, com excessos de isocianato podendo reagir com a ureia para formar alofanatos ou até mesmo trimerizar, criando ligações cruzadas adicionais. No entanto, o uso de mais isocianato também pode gerar espumas mais frágeis, devido ao aumento das ligações cruzadas, o que leva a uma diminuição da flexibilidade e resistência do material.

No caso das espumas PIR, a formulação é similar, mas com uma diferença fundamental: o uso de mais isocianato do que o necessário para reagir com os polióis. Isso resulta na trimerização do isocianato, formando estruturas de isocianurato que aumentam a estabilidade térmica da espuma. As espumas PIR têm um desempenho superior em resistência ao fogo, pois o isocianurato é mais estável termicamente que o ureteno, decompondo-se a cerca de 260 °C, enquanto o ureteno começa a se decompor a cerca de 200 °C. A trimerização também aumenta a rigidez da espuma, mas, ao mesmo tempo, pode causar maior fragilidade e problemas de adesão à superfície de substratos. A reação de trimerização, que começa a temperaturas superiores a 60 °C, pode gerar um fenômeno conhecido como "segunda elevação", no qual a espuma expande rapidamente após um pico inicial, o que pode afetar a qualidade do produto final.

Além disso, as espumas PIR têm características específicas no que diz respeito aos catalisadores utilizados. A catalisação de espumas PIR é mais complexa que a das espumas PU, pois envolve três reações concorrentes: expansão, gelificação e trimerização. A combinação adequada de catalisadores de expansão e trimerização, como o DMCHA, TEDA e BDMAEE, é crucial para balancear essas reações e garantir uma formação de espuma estável.

Por fim, a formulação de espumas rígidas de PU e PIR deve levar em conta não apenas os ingredientes básicos, mas também os efeitos de cada um deles sobre o desempenho do produto final. O uso de surfactantes, por exemplo, é essencial para estabilizar as células da espuma e garantir uma estrutura uniforme e fechada. Os surfactantes polissiloxanos-polieter são comumente empregados para garantir que as células sejam bem formadas e pequenas, o que resulta em espumas de alta qualidade.

O controle preciso de cada um dos componentes e a escolha dos melhores agentes de expansão e catalisadores são fundamentais para a fabricação de espumas rígidas com propriedades térmicas, mecânicas e de resistência ao fogo otimizadas, atendendo assim às exigências de diferentes aplicações industriais.