O armazenamento de hidrogênio a alta pressão é uma questão central na busca por soluções sustentáveis para a energia do futuro. A capacidade de armazenar o hidrogênio de maneira eficiente e segura, ao mesmo tempo em que se minimizam os custos e os riscos associados, depende fortemente do uso adequado de constantes termodinâmicas e de modelos de equações de estado que descrevem o comportamento dos gases, incluindo o hidrogênio, sob condições extremas de pressão e temperatura.

As constantes que se aplicam ao hidrogênio não são fixas em todos os contextos, mas podem variar de acordo com o comportamento real do gás em diferentes condições. A equação de estado do hidrogênio, em particular, pode ser simplificada ao se usar dados de propriedades reais fornecidos pelo banco de dados do National Institute of Standards and Technology (NIST). Isso permite um modelo de equação de estado que reflete mais de perto a realidade do comportamento do hidrogênio em diferentes condições.

A equação simplificada para o hidrogênio, como indicada pela expressão PV=CPZPV = C \cdot P \cdot Z, fornece uma representação precisa de como o gás se comporta sob alta pressão. Nessa equação, CC é o coeficiente de correção de 1,9155 × 10⁻⁶ K/Pa, e a equação pode ser calculada dentro de um intervalo de temperaturas específicas (neste caso, a partir de 173 K). Esse modelo simplificado, embora eficaz, se baseia na premissa de que o hidrogênio se comporta de maneira quase ideal dentro de um determinado intervalo de condições. Essa aproximação é crucial para a análise e o design de sistemas de armazenamento de hidrogênio.

A equação de estado simplificada resulta da adaptação da equação original ao comportamento do hidrogênio em diferentes pressões e temperaturas. O princípio dos estados correspondentes, que afirma que os gases semelhantes podem ser descritos por equações de estado semelhantes quando expressos em termos de variáveis reduzidas (como pressão e temperatura reduzidas), é a base para o desenvolvimento de uma equação de estado mais universal e acessível. Isso significa que as constantes usadas nas equações podem ser comuns a diferentes gases, não mais variando com o tipo de gás, mas permanecendo consistentes para gases semelhantes sob condições semelhantes.

Porém, uma das questões fundamentais ao se lidar com hidrogênio a alta pressão é a forma como ele interage com materiais de armazenamento. O hidrogênio, sendo um gás leve e de baixa densidade, tende a se difundir rapidamente e pode ser difícil de armazenar eficientemente sem o uso de alta pressão ou tecnologias de refrigeração avançadas. A equação de estado, portanto, não apenas ajuda a modelar o comportamento do gás, mas também permite otimizar os sistemas de armazenamento, garantindo que as pressões e as temperaturas sejam mantidas dentro de limites seguros e eficientes.

Além disso, ao aplicar essas equações simplificadas a diferentes sistemas de armazenamento, é possível determinar a quantidade exata de hidrogênio que pode ser armazenada em um dado volume, sob uma dada pressão, sem exceder os limites de segurança e eficiência. Isso também influencia diretamente o desenvolvimento de novas tecnologias de armazenamento de hidrogênio, como tanques de alta pressão, sistemas criogênicos ou tecnologias baseadas em materiais sólidos, como hidretos metálicos.

A utilização de tais equações de estado não se limita apenas ao estudo de hidrogênio, mas também se aplica a outros gases que são armazenados e transportados sob condições extremas. A adaptação das equações para esses outros gases pode permitir que os engenheiros e cientistas busquem soluções mais eficientes e seguras para o armazenamento de energia em geral, incluindo, por exemplo, a captura e o armazenamento de dióxido de carbono ou outros gases industriais.

Além da aplicação direta em sistemas de armazenamento, a equação de estado simplificada do hidrogênio tem implicações importantes no desenvolvimento de sistemas de propulsão, especialmente no contexto dos veículos a hidrogênio. A eficiência dos motores a hidrogênio e a viabilidade de suas infraestruturas de abastecimento dependem da capacidade de controlar com precisão as propriedades do hidrogênio em diferentes estágios do processo de armazenamento e liberação.

Por fim, a constante busca por melhorar o desempenho de sistemas de armazenamento de hidrogênio a alta pressão não é apenas uma questão de engenharia; é também uma questão de sustentabilidade. A tecnologia de hidrogênio tem o potencial de reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa e aumentar a independência de fontes de energia não renováveis, tornando-a uma das alternativas mais promissoras para a transição energética global.

Qual a importância da tecnologia de armazenamento e transporte de hidrogênio líquido?

A tecnologia de armazenamento e transporte de hidrogênio líquido envolve a utilização do hidrogênio em seu estado líquido, uma vez que este se encontra resfriado a temperaturas extremamente baixas, abaixo de seu ponto de liquefação. A principal vantagem desse processo é a alta densidade de armazenamento gravimétrica do hidrogênio, permitindo que grandes quantidades sejam transportadas com um volume relativamente pequeno. No entanto, o uso dessa tecnologia apresenta desafios significativos, como a alta exigência de contêineres para armazenamento, o risco de evaporação do hidrogênio durante o transporte (com uma perda de até 0,3% a 2% por dia), o consumo elevado de energia para liquefação (superior a 20 kWh/kg) e questões de segurança.

Atualmente, o uso do hidrogênio líquido é mais comum em setores como a indústria aeroespacial, onde o transporte de grandes quantidades de hidrogênio é necessário, mas em um contexto mais amplo, o desenvolvimento e a adoção dessa tecnologia ainda estão em fase inicial. A necessidade de armazenar e transportar hidrogênio líquido de locais de produção centralizados até os usuários exige a utilização de tanques criogênicos especializados, que devem ser transportados por caminhões pesados, trens ou navios. Isso confere à tecnologia uma capacidade de transporte econômico, denso e de longo alcance. A escala de aplicação ainda é pequena, e as patentes essenciais para o processo são detidas por empresas como Linde Group e Air Liquide Group.

Uma das abordagens mais promissoras para o armazenamento e transporte de hidrogênio líquido é a integração com sistemas de energia renovável. O hidrogênio pode ser produzido por eletrólise da água, utilizando energia solar ou eólica, e então ser liquefeito para armazenamento e transporte. A energia necessária para a liquefação do hidrogênio representa uma parte significativa do consumo total de energia, mas a produção em locais próximos a plantas de energia renovável permite um aproveitamento mais eficiente da energia gerada. Em regiões com grande consumo de hidrogênio, como áreas urbanas de grande porte, o custo de liquefação do hidrogênio é consideravelmente baixo, podendo ser até um sexto do custo de armazenamento e abastecimento de hidrogênio em estado gasoso sob alta pressão.

Em comparação com a produção de hidrogênio verde por meio da eletrólise, que pode consumir de 45 a 55 kWh/kg, o processo de liquefação de hidrogênio apresenta um impacto muito menor no consumo total de energia. Isso torna a tecnologia de armazenamento e transporte de hidrogênio líquido uma opção mais viável em termos de eficiência energética, especialmente quando utilizada em larga escala. Porém, no estágio atual de desenvolvimento das tecnologias de hidrogênio, as vantagens dessa abordagem não são tão evidentes em áreas com menor demanda e em distâncias curtas de transporte, o que torna a escolha da melhor estratégia dependente das condições locais.

Além disso, à medida que a escala de liquefação do hidrogênio aumenta, o consumo relativo de energia para a liquefação tende a diminuir. Empresas como o Aerospace Information Research Institute (AIR) da Academia Chinesa de Ciências (CAS) e a Jiangsu Guofu Hydrogen Energy Equipment Co., Ltd. estão desenvolvendo equipamentos de liquefação de hidrogênio com maior eficiência e custos reduzidos. Um exemplo notável é o sistema de liquefação desenvolvido pelo AIR, que atingiu uma eficiência de 80% no ciclo de expansão a hélio, capaz de produzir até 2 toneladas de hidrogênio líquido por dia.

No que diz respeito aos padrões de segurança e operação, a China tem dado passos importantes com a aprovação das normas GB/T 40060-2021 e GB/T 40061-2021, que estabelecem requisitos técnicos para a produção, armazenamento e transporte de hidrogênio líquido. Essas normas são cruciais para garantir a segurança e a padronização das operações nesse campo emergente.

Nos últimos anos, a China também alcançou avanços significativos no desenvolvimento de sistemas de armazenamento de hidrogênio líquido a bordo de veículos, o que pode revolucionar o setor de transporte e armazenamento de hidrogênio, tornando-o mais acessível e seguro para uma variedade de aplicações, desde veículos até sistemas industriais.

Além da infraestrutura de armazenamento e transporte, é essencial que se compreenda o impacto ambiental e os custos associados à produção de hidrogênio, especialmente em relação à sua origem. A produção de hidrogênio através de fontes fósseis, como o gás natural, ainda domina em termos de volume e custo, mas a transição para métodos mais sustentáveis e limpos, como a eletrólise usando fontes renováveis, é fundamental para garantir que o hidrogênio desempenhe um papel significativo na transição para uma economia de baixo carbono.