Em espaços vetoriais, o produto escalar desempenha um papel central na definição da geometria e análise dos espaços. Para que uma função seja considerada um produto escalar, ela deve satisfazer algumas propriedades essenciais, que são descritas por condições específicas. Essas propriedades não são apenas uma formalidade matemática, mas garantem a consistência e utilidade do conceito de produto escalar no contexto dos espaços vetoriais.

Para um corpo KK que pode ser C\mathbb{C} (números complexos) ou R\mathbb{R} (números reais), dizemos que a função ()(\cdot | \cdot) é um produto escalar se cumprir com as condições de conjugação linear e positividade. Essas condições são representadas pelos axiomas (SP1)(SP1), (SP2)(SP2) e (SP3)(SP3), que garantem que o produto escalar seja uma forma sesquilinear positiva (no caso de K=CK = \mathbb{C}) ou bilinear e simétrica (no caso de K=RK = \mathbb{R}).

A forma (xy)(x | y), para vetores xx e yy pertencentes ao espaço EE, é linear em seu primeiro argumento e conjugado-linear no segundo. Mais especificamente, temos que:

  • (xλy+μz)=λ(xy)+μ(xz)(x | \lambda y + \mu z) = \lambda (x | y) + \mu (x | z), o que indica a linearidade em relação ao primeiro argumento.

  • Em contrapartida, a conjugação se manifesta como uma linearidade conjugada no segundo argumento: (λxy)=λ(xy)( \lambda x | y) = \overline{\lambda} (x | y).

Além disso, para que o produto escalar seja bem comportado, ele precisa ser positivo, o que é expresso pela condição (xx)0(x | x) \geq 0, com igualdade ocorrendo se, e somente se, x=0x = 0.

Essas propriedades geram a ideia fundamental de norma em espaços vetoriais, onde a norma de um vetor é dada por x:=(xx)\|x\| := \sqrt{(x | x)}. Com isso, pode-se trabalhar com noções de distância, convergência e continuidade, essenciais para o desenvolvimento de muitas áreas da análise matemática.