A implementação de um modelo de análise de causa raiz (RCA) eficaz é uma das principais chaves para a observabilidade e resolução rápida de falhas em sistemas complexos. No contexto atual, com o crescente uso de tecnologias distribuídas, o OpenSearch tem se destacado como uma ferramenta essencial para melhorar a detecção de anomalias e aprimorar os fluxos de trabalho relacionados ao AIOps. A seguir, vamos explorar as principais considerações que envolvem o modelo de dados de análise de causa raiz, a construção de painéis de controle eficientes e como lidar com a complexidade dos sinais e correlacionamentos em um ambiente de produção.
A análise de causa raiz deve ser vista como um processo estruturado que busca entender as origens dos problemas em um sistema, em vez de apenas resolver os sintomas visíveis. Para isso, é necessário construir um modelo de dados que seja capaz de armazenar eventos em nível de nanosegundos e latências, fornecendo uma excelente base para AIOps e permitindo a reprodutibilidade na detecção de falhas e anomalias. A implementação de um modelo de RCA robusto requer, antes de tudo, a identificação e correlação de sinais relevantes. Não é necessário construir uma infinidade de dashboards ou SLOs desorganizados; ao contrário, é crucial estabelecer um ponto de partida claro e um modelo de dados coeso.
Ao longo do desenvolvimento do modelo RCA, é essencial reconhecer que a observabilidade é complexa. A simples criação de múltiplos painéis de controle pode, em vez de melhorar, gerar mais confusão e sobrecarga de informações. A chave é a organização e a simplificação. O modelo de RCA deve ser capaz de lidar com diferentes tipos de falhas, classificando-as de maneira que facilite sua análise e resolução, sem sobrecarregar os operadores com dados excessivos ou redundantes.
O principal desafio na criação do modelo RCA é como lidar com sinais quebrados ou incompletos. Traces, por exemplo, podem ser fragmentados por limitações técnicas, como o protocolo TCP ou bancos de dados relacionais. Para superar essas limitações, eventos podem ser usados como a chave para conectar os traces fragmentados, proporcionando uma visão mais holística do sistema. Além disso, muitas vezes as traces não incluem dados completos de contexto de execução, como chamadas inter-thread ou de agentes legados. Nesse caso, a instrumentação adicional, por meio da utilização de contextos de trace extraídos dos logs, pode complementar as traces, ajudando na análise detalhada do comportamento do sistema.
Outro ponto crítico a ser abordado no modelo de RCA é a correlação com o contexto da infraestrutura. Embora o foco das traces seja normalmente nos serviços, a adição de atributos de sistema aos spans pode preencher lacunas essenciais, como o uso de memória da JVM ou a profundidade da fila do CPU. Além disso, integrar traces com informações de recursos do sistema permite uma análise mais profunda e precisa dos atrasos e falhas, especialmente quando se lida com sistemas distribuídos e arquiteturas baseadas em containers, como Kubernetes.
Para alcançar uma análise realmente detalhada, é necessário também associar as traces com as informações do kernel. Os traces do sistema, por exemplo, podem fornecer dados detalhados sobre switches de contexto, retransmissões de pacotes, interrupções e alocações de memória. No entanto, eles não incluem um perfil completo das operações do kernel. Quando utilizados em conjunto com BPF (Berkeley Packet Filter), os traces do sistema permitem obter percentis de 99%, oferecendo uma base sólida para avaliar as latências em nível de métodos.
O modelo de dados RCA deve ser projetado para lidar com sinais de diversas fontes e diferentes tipos de agentes. Mesmo que o OpenTelemetry, por exemplo, não crie spans para todas as passagens de thread, é possível desenvolver agentes personalizados que gerem novos spans para threads paralelas, pools de conexões ou até mesmo threads elásticas. Isso ajuda a preencher as lacunas entre as limitações do OpenTelemetry e as necessidades específicas de observabilidade de sistemas mais complexos. Embora a criação de um único agente capaz de resolver todas as questões seja desejável, a realidade é que múltiplos IDs de trace, gerados por diferentes agentes, ainda podem ser agregados de maneira eficaz em um painel de controle único.
A construção de um painel de controle RCA eficaz é um dos principais objetivos deste modelo. Mesmo sem um modelo de dados completamente configurado, é possível criar um painel de RCA funcional apenas com uma consulta bem elaborada. Os painéis de controle, ao fornecerem consultas e visões detalhadas sobre os eventos e falhas, são ferramentas cruciais para superar as limitações dos sinais, sendo uma solução eficiente quando os dados de traces ou eventos não são suficientes para fornecer uma imagem completa do problema.
Além de melhorar a análise e correlação de falhas, o modelo RCA também permite a integração com outros sistemas, como a CMDB (Configuration Management Database) e SLOs (Service Level Objectives). Essa integração é essencial para fornecer dados em tempo real a outros sistemas, minimizando a necessidade de pré-processamento e garantindo que as decisões sejam baseadas em dados precisos e atualizados. Além disso, a implementação de um event store baseado em event sourcing permite uma análise mais precisa e eficiente dos problemas, otimizando os processos de depuração e auditoria.
Outro aspecto fundamental é o uso de agentes de observabilidade comerciais e open source de forma estratégica. Embora os agentes comerciais forneçam acesso a lagos de dados e ofereçam uma variedade de capacidades de consulta, os agentes open source têm seu papel crucial, sendo mais adequados para determinadas etapas do processo de observabilidade. É importante saber como combinar o melhor de ambos para criar uma infraestrutura robusta e eficaz de monitoramento e análise de falhas.
Ao fim deste processo, o que se busca é uma implementação de observabilidade de ponta a ponta, com um modelo de RCA, um painel de controle RCA e um modelo AIOps. Os materiais usados para gerar essas entregas são baseados em aplicativos legados, múltiplos sinais, correlações complexas e diversos runbooks de falhas, o que permite uma análise profunda dos sistemas e serviços. A verdadeira chave para o sucesso da observabilidade está na capacidade de entender e correlacionar adequadamente os sinais, sem cair na armadilha da complexidade excessiva ou do excesso de dados.
Como Maximizar a Eficiência na Coleta de Dados de Infraestrutura: Estratégias e Ferramentas
A coleta de dados sobre infraestrutura, como o uso de recursos e a monitoração de serviços, é um processo crucial para garantir a eficiência operacional de sistemas complexos. Porém, é essencial pesar o custo e a eficiência da coleta de dados, especialmente considerando que o consumo de recursos pode ser significativo. Quando se trata de ambientes que utilizam containers e Kubernetes, as métricas e os dados coletados diretamente desses ambientes são limitados. Isso se deve à maneira como os containers e pods compartilham recursos e à complexidade do seu gerenciamento.
O uso de tecnologias como eBPF (Extended Berkeley Packet Filter) e rastreamento de sistema se mostra fundamental para superar essas limitações. Essas ferramentas permitem uma coleta de dados mais granular e eficiente, ao mesmo tempo em que minimizam a sobrecarga de recursos. Por exemplo, a entrada de dados através de disco é um ponto de estrangulamento em muitas soluções, uma vez que o volume de dados coletados pode ser massivo, tornando a análise um desafio. Além disso, as métricas geradas a partir de containers e Kubernetes são mais restritas se comparadas às métricas de hosts, o que destaca a necessidade de metodologias aprimoradas para captura de dados.
As ferramentas de visualização, como as service maps (mapas de serviço), desempenham um papel essencial na compreensão das interações entre microserviços e sua infraestrutura. Esses mapas são representações gráficas que mostram a relação entre os nós da rede, sendo úteis para detectar e mapear falhas que podem ter propagado em cascata pelo sistema. Ao aplicar service maps, é possível observar não apenas a conexão entre os serviços, mas também os fluxos de dados e as possíveis falhas que podem afetar a disponibilidade e a performance. No entanto, é necessário ter cuidado com a quantidade excessiva de dados, pois a falta de métricas específicas pode dificultar a análise detalhada.
A visualização de histogramas e heatmaps (mapas de calor) é outra abordagem poderosa para a análise de dados de desempenho. Histograma permite categorizar transações de acordo com sua duração, o que ajuda a identificar picos de latência e comportamentos anômalos. As métricas mais comuns, como percentis 95 ou 99, são úteis para prever problemas que podem impactar negativamente a experiência do usuário ou a performance geral do sistema. Embora histograms forneçam uma análise detalhada da distribuição de latência, eles têm limitações no acompanhamento de tendências ao longo do tempo. Aqui, os heatmaps se tornam úteis, pois representam uma série de histogramas ao longo de um período, permitindo uma análise mais rica e contínua da performance.
Flame graphs (gráficos de chamas), por sua vez, são uma maneira visual eficaz de mapear o uso de recursos do sistema, como memória e threads, fornecendo uma visão detalhada sobre onde ocorrem os gargalos e os erros nos níveis mais baixos de recursos. Eles são especialmente valiosos quando se trata de diagnosticar falhas relacionadas a recursos internos do sistema que não são facilmente detectadas apenas por logs ou traces.
Outra ferramenta importante na gestão de dados de infraestrutura são as time series (séries temporais), que permitem observar o comportamento das métricas ao longo do tempo. O uso de exemplares pode ajudar a entender a correlação entre diferentes métricas e os logs, permitindo um diagnóstico mais eficiente durante a análise de problemas.
Por fim, as state timelines (linhas do tempo de estado) oferecem uma maneira prática de visualizar as mudanças de estado dos alertas dentro de sistemas complexos. Com elas, é possível acompanhar o progresso de falhas e obter uma ideia aproximada de métricas como MTTR (Mean Time to Recovery) e MTTD (Mean Time to Detection), que são fundamentais para determinar a eficiência de resposta a incidentes. Ao utilizar essa abordagem, é possível acompanhar de maneira dinâmica a resolução de problemas de disponibilidade e performance.
Essas ferramentas são fundamentais não apenas para otimizar a coleta de dados em ambientes distribuídos e baseados em containers, mas também para melhorar a análise preditiva e a detecção proativa de falhas. O uso integrado dessas tecnologias possibilita uma visão mais clara e eficiente do desempenho de infraestruturas complexas, permitindo respostas rápidas e fundamentadas a problemas críticos.
A implementação de dashboards eficazes que combinem essas visualizações pode proporcionar insights rápidos e profundos sobre o estado da infraestrutura, melhorando a tomada de decisões e garantindo a estabilidade e a performance contínua do sistema. No entanto, é crucial entender que essas ferramentas não são soluções isoladas, mas devem ser usadas em conjunto, criando um ecossistema integrado de monitoramento e análise para um gerenciamento eficiente e sem sobrecargas de dados.

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