A formulação matemática das representações dos operadores de criação e aniquilação, associados às relações de comutação canônica (ccr), exige uma análise precisa das topologias envolvidas. Uma abordagem relevante é dada pela topologia localmente convexa A, definida sobre o espaço Φ\Phi, construído como soma direta algébrica Φ=Cn\Phi = \bigoplus C_n, onde cada CnC_n é uma cópia de C\mathbb{C}, munida de seminormas da forma pα(c)=αncnp_\alpha(c) = \sum \alpha_n |c_n|, com α\alpha variando sobre todas as sequências de números reais positivos. Essa topologia é suficientemente fina para garantir a continuidade das aplicações de inclusão CnΦC_n \hookrightarrow \Phi, sendo, portanto, adequada para o estudo dos operadores de criação e aniquilação.

O espaço Φ[A]\Phi[A], com essa topologia, admite uma representação de classe-s das ccr, na qual a continuidade dos operadores de subida e descida é assegurada. A ação desses operadores sobre os elementos da base de Hermite preserva a positividade e define, assim, uma representação contínua. Cada subespaço CnC_n é gerado por um vetor de Hermite, o que confere à soma direta uma estrutura pré-Hilbertiana. A correspondência entre polinômios formais e tensores simétricos reforça a viabilidade de uma formulação puramente funcional da teoria, ainda que não seja explorada diretamente.

Para qualquer representação de classe-s das ccr no espaço E[t]E[t], existem representações mínimas e máximas Em[A]E_m[A] e EM[v]E_M[v], relacionadas por inclusões densas e contínuas. Essas inclusões preservam a estrutura algébrica dos operadores e identificam os vetores de Fock. A representação máxima pode ser descrita como um espaço de Fréchet nuclear, Hilbertiano e contavelmente somável: EM[v]=Em(r)E_M[v] = \bigcap E_m^{(r)}, onde cada Em(r)E_m^{(r)} é uma completude de EmE_m na norma u2r=Mru0||u||_{2r} = ||M^r u||_0. Essa estrutura tripla — EM[v]D[0]Em[M]E_M[v] \subset D[||\cdot||_0] \subset E_m[M] — constitui um espaço rigidamente construído, essencial para a análise espectral e para a extensão contínua dos operadores polinomiais.

A unicidade das representações é garantida no sentido de que qualquer representação de classe-s contém uma cópia da representação em Φ[A]\Phi[A] e está contida em uma cópia de EM[v]E_M[v], até equivalência. Este último espaço é, portanto, considerado máximo, no sentido de que representa o encerramento de qualquer sub-representação admissível.

Quando se relaxa a condição de Fock — isto é, permitindo múltiplos vetores normalizados anulados pelos operadores de descida —, surgem as representações redutíveis. Ainda assim, para essas representações, existem versões mínima e máxima que satisfazem relações análogas de inclusão topológica, com as mesmas construções normativas. A diferença fundamental está na decomposição direta que ocorre nos espaços associados, refletindo a multiplicidade dos estados fundamentais.

Além disso, a escala natural do mundo físico exige a introdução da constante de Planck, hh, nos operadores. Isso se realiza via uma transformação de escala: bfhbfb^f \mapsto \sqrt{h} b^f, sendo bfb^f qualquer dos operadores de criação ou aniquilação. Essa reescala é presumida ao longo da formulação quando necessário, pois alinha a descrição matemática com os dados empíricos da mecânica quântica.