Os tubos helicoidais são amplamente utilizados em diversas indústrias devido ao seu design compacto, facilidade de fabricação e alta eficiência na transferência de calor e massa. Diferentemente dos tubos retos, eles geram um fluxo secundário perpendicular ao fluxo axial do fluido, que intensifica a mistura e reduz a espessura da camada limite térmica. Esse fenômeno, originado pela força centrífuga que depende da curvatura da bobina, pode aumentar a velocidade média do fluido em até 20%, resultando em uma transferência de calor mais eficiente.

Para aprimorar ainda mais essa eficiência, técnicas passivas, como a introdução de ranhuras, aletas, hélices internas e molas, têm sido aplicadas, além do uso recente de nanofluidos. Nanofluidos são suspensões homogêneas de nanopartículas metálicas ou óxidos metálicos em um fluido base, geralmente água. Essas nanopartículas possuem tamanhos entre 1 e 100 nanômetros e apresentam condutividades térmicas muito superiores à do fluido base, o que potencializa o transporte térmico sem alterar significativamente as propriedades químicas ou físicas do fluido.

A dispersão das nanopartículas é realizada via sonicação, garantindo a estabilidade da suspensão por meio do movimento browniano, que promove a distribuição não uniforme dessas partículas e reduz ainda mais a espessura da camada térmica. Essa dinâmica eleva os coeficientes de transferência convectiva de calor, permitindo sistemas mais compactos e eficientes. Contudo, é importante notar que o aumento da viscosidade dos nanofluidos em comparação com o fluido base pode provocar uma elevação da perda de carga por atrito nos tubos helicoidais, exigindo maior potência de bombeamento. Estudos indicam que essa perda pode ser até 9% maior do que em sistemas com água pura.

A combinação da geometria helicoidal, que naturalmente induz o fluxo secundário, com as propriedades térmicas superiores dos nanofluidos, representa um avanço significativo para aplicações industriais onde eficiência térmica e redução de tamanho e custo dos equipamentos são cruciais. O desenvolvimento e otimização desses sistemas dependem do equilíbrio entre aumento da transferência térmica e elevação das perdas de pressão, aspectos que devem ser cuidadosamente avaliados em projetos de trocadores de calor.

Além da eficiência térmica, as propriedades termo-físicas dos nanofluidos podem ser modeladas matematicamente para prever seu comportamento em sistemas reais. A densidade e o calor específico do nanofluido são determinados pela mistura ponderada entre as propriedades do fluido base e das nanopartículas, levando em consideração a concentração volumétrica destas últimas. A condutividade térmica efetiva é composta por um componente estático, calculado a partir das propriedades térmicas das nanopartículas e do fluido base, e por um componente dinâmico, influenciado pelo movimento browniano das partículas. Este último é particularmente importante para a melhoria da transferência de calor, pois depende da temperatura, concentração e características das nanopartículas.

A aplicação dos nanofluidos não se limita apenas a trocadores de calor com tubos helicoidais. Sua versatilidade e capacidade de ajuste das propriedades físico-químicas permitem seu uso em sistemas variados, desde refrigeração e aquecimento de edifícios, até processos industriais avançados como resfriamento de sistemas nucleares, eletrônicos e armazenamento térmico. Isso amplia a importância de entender não apenas o desempenho térmico, mas também as implicações energéticas e ambientais de sua adoção.

É essencial compreender que a utilização dos nanofluidos envolve um complexo balanço entre benefícios térmicos e custos energéticos associados ao bombeamento devido ao aumento da viscosidade. A seleção adequada do tipo e concentração de nanopartículas, bem como o projeto do sistema de circulação, são decisivos para garantir o sucesso da aplicação prática. Além disso, a estabilidade das suspensões e a prevenção de possíveis efeitos adversos como a sedimentação das partículas devem ser consideradas para manutenção da eficiência ao longo do tempo.

O avanço no conhecimento da dinâmica dos nanofluidos em tubos helicoidais, especialmente a modelagem precisa das propriedades termo-físicas e o entendimento detalhado das perdas de pressão, é fundamental para a implementação de sistemas energeticamente eficientes e sustentáveis. A combinação do fluxo secundário com as propriedades melhoradas dos nanofluidos tem o potencial de revolucionar os processos térmicos em várias indústrias, contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias mais limpas e econômicas.

Efeitos da Condução Axial no Transferência de Calor em Microcanais

A equação (17.35) pode ser justificada com base na Figura 17.23. Nela, o termo ww/2ww/2 é considerado negligenciável, o que é válido quando a temperatura na ponta da aleta é projetada como T1T_1. A partir dessa consideração, assume-se a validade da Figura 17.23, implicando que as dimensões HcH_c, LL e Wc/2W_c / 2 determinam a diferença de temperatura TbTfT_b - T_f. Assim, obtemos a condição de contorno na equação (17.36):

dTdyy=0=αwc+wwksq(2ηfα+1ww)\frac{dT}{dy}\Big|_{y=0} = \frac{\alpha wc + ww}{ks q''} \left( 2 \eta_f \alpha + \frac{1}{ww} \right)