Existem diversas técnicas conhecidas para reduzir o arrasto em sistemas de ventilação, mas todas elas envolvem compensações que podem impactar diretamente a eficiência global do sistema. A maioria dessas abordagens ou aumenta as dimensões dos elementos do sistema (como arredondamento de bordas) ou adiciona complexidade significativa na implementação (como ajustes geométricos detalhados). A eficácia dessas técnicas depende não apenas de sua execução precisa, mas também da escolha adequada dos componentes para garantir que as mudanças na rede de ventilação se traduzam em melhorias reais no desempenho. Em geral, dois grandes grupos podem ser identificados ao estudar as peças da rede de ventilação em termos das características de formação do Vórtice (VZ) e as regularidades de suas formas: aqueles que envolvem divisão ou fusão de fluxo e aqueles que não envolvem divisão ou fusão de fluxo.

O primeiro grupo engloba designs de fusão, como o "tee assimétrico de exaustão" e a "abertura central de exaustão", cujas características geométricas visam combinar fluxos de ar sem causar turbulências excessivas que poderiam aumentar o arrasto. Estes componentes são particularmente úteis em sistemas onde a convergência de fluxos é necessária, mas devem ser projetados cuidadosamente para evitar picos de pressão e perdas de energia que comprometam a eficiência do sistema. Já o segundo grupo inclui designs que não envolvem fusão de fluxos, como aberturas finais na forma de capôs flangeados, aberturas laterais finais e expansões súbitas. Tais elementos são projetados para permitir que o ar flua de maneira mais eficiente, minimizando as perdas de pressão e mantendo o sistema mais estável.

Os capôs flangeados, por exemplo, são projetados para criar um campo de fluxo uniforme em torno da abertura de exaustão, o que é crucial para a remoção eficaz de partículas, vapores ou gases. Eles são frequentemente usados em sistemas industriais onde a coleta precisa ser precisa e eficiente, como em exaustores de indústrias químicas ou fábricas de processamento de alimentos. A geometria da abertura, seja redonda ou retangular, pode afetar significativamente o perfil de velocidade do fluxo de ar, alterando a forma como o ar entra no sistema e, consequentemente, a eficiência do exaustor.

As expansões súbitas, por outro lado, são um exemplo de design sem fusão de fluxo, e podem ser encontradas em redes de ventilação que exigem uma mudança brusca no diâmetro do duto. Essas expansões são um dos pontos críticos em que o arrasto pode aumentar substancialmente se não forem projetadas corretamente. A turbulência gerada por uma expansão súbita pode levar a perdas de energia que, a longo prazo, afetam a eficiência do sistema de ventilação como um todo. Além disso, os ajustes geométricos nesses pontos precisam ser feitos com precisão para que o ar seja distribuído uniformemente sem causar zonas de baixa velocidade, onde as partículas podem se depositar.

Uma das chaves para a eficiência na redução de arrasto é o controle do fluxo turbulento. A turbulência gerada por mudanças na geometria do sistema pode ser controlada de maneira eficaz, mas apenas se os elementos de ventilação forem projetados levando em conta as características do fluxo de ar. Através da modelagem numérica e de simulações, é possível prever a perda de pressão e a distribuição de velocidade nos diversos pontos da rede de ventilação, permitindo ajustes de design antes da construção. Estudos experimentais têm mostrado que, com o design adequado, é possível reduzir significativamente a resistência ao fluxo, melhorando a performance do sistema e diminuindo o consumo de energia.

Além disso, as perdas de pressão são um fator crítico no desempenho de redes de ventilação, especialmente em sistemas industriais ou comerciais de grande porte. A escolha de componentes adequados e o design cuidadoso dos pontos de transição, como tees assimétricos ou expansões, são essenciais para minimizar essas perdas. A eficiência de uma rede de ventilação não depende apenas da instalação correta dos componentes, mas também do entendimento preciso das dinâmicas do fluxo de ar em cada parte da rede. A integridade do fluxo e a redução de vórtices indesejados são vitais para garantir que o sistema opere de maneira otimizada, sem comprometimentos no desempenho a longo prazo.

Outro ponto importante a ser compreendido é que o tipo de ventilação e a forma como os componentes são projetados podem influenciar diretamente na segurança e saúde dos usuários, especialmente em ambientes industriais. Sistemas de ventilação mal projetados podem causar a acumulação de substâncias nocivas, colocando em risco a saúde dos trabalhadores. O design eficaz não só melhora a eficiência energética, mas também garante uma ventilação segura e controlada, o que é crucial para ambientes que lidam com substâncias voláteis ou contaminantes.

Como as Dimensões e Geometria de Canais Retangulares Afetam as Zonas de Separação do Fluxo: Estudo dos Efeitos do Aspecto da Relação Largura/Altura

As figuras que ilustram os limites da zona de separação do fluxo (VZ) para um canal com diferentes relações de aspecto B/A = 1, 2, 4 e 6 (Figura 6.8–6.11) mostram a projeção em diferentes planos (Figura 6.8–6.11a) e também em seções longitudinais e transversais (Figura 6.8–6.11b). As seções longitudinais são paralelas ao plano XY, enquanto as seções transversais são paralelas ao plano ZY. Para possibilitar a comparação entre os contornos das zonas de separação em seções semelhantes, as seções foram traçadas a partir do eixo do canal até a parede, em distâncias proporcionais à metade da largura do canal, ou seja, 1, 0.8, 0.6, 0.4, 0.2 e 0. Em seções longitudinais, essa distância é A, e em seções transversais, B.

Nas seções longitudinais para todas as relações de aspecto B/A, essas distâncias foram mantidas constantes, sendo exibidas apenas para o caso em que A = B (Figura 6.8a), enquanto as seções transversais foram mostradas para todas as relações B/A. A observação desses contornos revela que a espessura máxima da zona de separação ocorre no meio da entrada do canal de exaustão. Para as regiões próximas aos cantos, a espessura diminui significativamente, e a linha de corrente proveniente do canto se afasta das paredes sólidas. Além disso, a influência da parede sobre o contorno da zona de separação no centro do canal diminui, com os contornos das seções longitudinais (Z/A = 0.2 e 0) praticamente coincidindo.

O formato da área efetiva de sucção é uma espécie de retângulo curvilíneo com lados côncavos voltados para o centro. Ao comparar as superfícies livres da corrente para diferentes proporções de altura e largura do canal retangular de exaustão, uma regularidade se destaca: a superfície do fluxo que se desprende da parede lateral do canal (em seções longitudinais, Figura 6.12a) praticamente não sofre alterações com o aumento da largura do exaustor. Apenas a posição da linha de corrente proveniente do canto muda levemente (Z/A = 1). Já a superfície de separação formada na parede superior ou inferior do canal (em seções transversais, Figura 6.12b) depende substancialmente da largura, exceto pela linha proveniente do canto (X/B = 1).

Nos contornos das zonas de separação em seções transversais, pode-se observar que, para a primeira linha de corrente que se desprende do canto (X/B = 1), a influência da parede é tão forte que todos os contornos coincidem quase completamente. À medida que se afasta da parede, os contornos da zona de separação começam a depender mais da largura do canal B. Nos próximos pontos de seção, por exemplo, em X/B = 0.8, as linhas de corrente praticamente coincidem em 20% do comprimento do contorno para os canais mais largos estudados (B/A = 6). Para seções mais próximas ao eixo do canal (X/B = 0.6), cerca de 30% do comprimento dos contornos se repetem para os canais com as maiores relações de aspecto (B/A = 4, 6). Esse padrão de convergência continua até o eixo do canal, onde X/B = 0, e pode-se observar uma alta coincidência dos contornos da zona de separação para os canais com B/A = 2, 4 e 6. Por outro lado, no canal quadrado com B/A = 1, a forma é significativamente diferente, indicando uma influência marcante das paredes sobre o fluxo, mesmo próximo ao eixo do canal.

As distribuições de velocidade e as zonas de separação obtidas pelo Método de Vórtices (DVM) estão em conformidade com os dados conhecidos e permitem uma caracterização mais detalhada dos fluxos de separação nos canais quadrados de exaustão.

Além disso, é importante compreender que as características do fluxo em canais retangulares de exaustão não são apenas uma questão de geométria; fatores como a presença de paredes e a variação da largura e altura do canal influenciam de maneira significativa a formação e a dinâmica das zonas de separação. O comportamento do fluxo nessas zonas é crucial para o desempenho de sistemas de ventilação e exaustão, especialmente quando se considera a necessidade de eficiência energética e a redução de custos operacionais.

Ao aprofundar-se na compreensão do comportamento das zonas de separação e dos campos de velocidade, é essencial considerar a forma como esses parâmetros afetam a qualidade do ar interno em ambientes industriais ou comerciais. A interação do fluxo com as superfícies e a forma dos canais influencia diretamente a eficiência do sistema de ventilação e a distribuição do ar nos espaços. Portanto, um estudo contínuo das dimensões e da geometria dos canais pode fornecer insights valiosos para melhorar o design dos sistemas de exaustão e otimizar o consumo de energia.