A diferenciabilidade de uma função é um conceito essencial em cálculo, uma vez que permite estudar o comportamento de uma função de maneira local, isto é, como ela se comporta ao redor de um ponto específico. Este comportamento local é descrito pela derivada da função, que nos oferece uma aproximação linear para os valores da função quando a variável independente se aproxima de um ponto de interesse.

Considere uma função f(x)=1+2x+x2f(x) = 1 + 2x + x^2, por exemplo, que é diferenciável em R\mathbb{R}. A derivada de ff no ponto x0x_0 pode ser calculada através do limite do quociente das diferenças. Fazendo isso, encontramos que f(x0)=2+2x0f'(x_0) = 2 + 2x_0, o que indica que a inclinação da reta tangente à curva da função no ponto x0x_0 depende de x0x_0, e essa reta é dada por f(x0)+f(x0)(xx0)f(x_0) + f'(x_0)(x - x_0). A função quadrática, portanto, tem uma derivada simples e contínua em todos os pontos do seu domínio.

Outro exemplo interessante é o da função de raiz quadrada f(x)=xf(x) = \sqrt{x}, que é diferenciável no intervalo (0,)(0, \infty), mas não é diferenciável em 00. Para calcular a derivada de f(x)=xf(x) = \sqrt{x} em um ponto x0>0x_0 > 0, devemos calcular o quociente das diferenças. Ao realizar o cálculo, verificamos que f(x0)=12x0f'(x_0) = \frac{1}{2\sqrt{x_0}}. Contudo, ao analisar a diferenciação no ponto x=0x = 0, observamos que o quociente das diferenças diverge para \infty, tornando a derivada indefinida nesse ponto. Assim, a raiz quadrada é contínua em x=0x = 0, mas não é diferenciável nesse ponto, uma observação importante sobre funções contínuas que não são diferenciáveis.