A medição da disponibilidade de sistemas é um dos pilares fundamentais para garantir a performance e a confiabilidade de aplicações e serviços. Existem diferentes formas de calcular a disponibilidade, desde as mais simples, como sondagens de saúde (health probes), até as mais complexas, que envolvem o tempo médio de recuperação (MTTR) e o tempo médio até o diagnóstico (MTTD). A escolha do método depende do nível de granularidade e precisão que se deseja alcançar.

No Kubernetes, as sondagens de saúde (probes) representam um exemplo simples de medição de disponibilidade. Elas são utilizadas para verificar se um serviço está vivo ou pronto para receber tráfego. O conceito pode ser estendido além do Kubernetes, utilizando ferramentas como o CloudProbe, que mede a disponibilidade de diferentes infraestruturas e protocolos, não se limitando ao ambiente de orquestração de containers.

Em ambientes mais complexos, como aqueles que utilizam servidores proxy e APIs, a disponibilidade pode ser medida a partir de códigos de status das aplicações e do nível de serviço (SLO). A taxa de erro do ponto de vista do usuário, expressa por esses códigos, é uma métrica valiosa para entender a saúde do sistema. O livro "Site Reliability Engineering" da Google descreve diversas fórmulas de disponibilidade, incluindo aquelas baseadas no Prometheus, que é uma ferramenta popular para monitoramento de sistemas. O uso de métricas como a taxa de requisições bem-sucedidas pode ser crucial para calcular o orçamento de erros (error budget), uma métrica importante para avaliar a confiabilidade de um serviço ao longo do tempo.

No entanto, a medição da disponibilidade pode se tornar bastante sofisticada quando se introduz métricas mais avançadas, como o MTTR e o MTTD. Esses dois indicadores refletem o tempo que um serviço leva para se recuperar após uma falha e o tempo necessário para diagnosticar a falha, respectivamente. Em sistemas que dependem de múltiplos componentes, como servidores de API, balanceadores de carga e redes de distribuição de conteúdo (CDNs), medir a disponibilidade requer integrar dados de diferentes fontes, incluindo métricas de RUM (Real User Monitoring). Essa abordagem permite capturar a perspectiva do usuário final e obter uma visão mais fiel da experiência do cliente.

Um dos desafios no monitoramento de disponibilidade é garantir que os dados provenientes de diferentes fontes, como logs, métricas e rastreamentos, sejam consistentes. É comum que haja discrepâncias entre as informações fornecidas por essas fontes. Por exemplo, um erro pode ser registrado em um log, mas não ser refletido em um rastreamento, o que dificulta a identificação da causa raiz do problema. Esse tipo de discrepância pode gerar atrasos no diagnóstico e na resolução de falhas. Portanto, é essencial separar erros provenientes da perspectiva do usuário de erros relacionados à análise da causa raiz, para que as equipes de suporte possam atuar de maneira mais eficiente.

Além disso, os códigos de erro registrados nos servidores de API nem sempre correspondem diretamente aos erros registrados no backend. Um erro 500 no backend pode ser refletido como um erro 400 no servidor de API voltado para o usuário. Isso ocorre porque as falhas podem ter causas diferentes dependendo do contexto em que são observadas. Por essa razão, é importante que as equipes de SRE (Site Reliability Engineering) tenham uma visão clara da origem e do impacto de cada erro. A definição de níveis de serviço (SLOs) adequados e a criação de orçamentos de erros (error budgets) são cruciais para gerenciar esses erros e garantir que os serviços atendam às expectativas dos usuários.

A abordagem de medição de disponibilidade e a utilização de orçamentos de erros são fundamentais para o sucesso de qualquer organização que dependa de sistemas de alta disponibilidade. Para definir um orçamento de erro, é necessário calcular a quantidade de erros permitidos com base na taxa de sucesso desejada para um serviço. Por exemplo, se o SLO de um serviço é de 99,9% de disponibilidade, em um período de 30 dias e com 10.000 requisições, o número máximo de erros permitidos seria 10. Esse cálculo simples ajuda a manter o equilíbrio entre a qualidade do serviço e a possibilidade de falhas.

Ao usar ferramentas como Prometheus para monitoramento e cálculos de orçamentos de erros, é recomendável definir regras de queima (burn rules) para diferentes janelas de tempo. Isso permite gerar alertas quando o orçamento de erro está sendo consumido muito rapidamente. Ferramentas de visualização, como o Grafana, ajudam a monitorar esses parâmetros e a entender o comportamento do sistema ao longo do tempo. As distribuições de histogramas, por exemplo, não fornecem detalhes sobre requisições individuais, mas podem ser úteis para entender as distribuições de latência. No entanto, métricas de contadores são mais eficazes para calcular o número de erros.

É importante ressaltar que, ao calcular orçamentos de erros, é necessário medir tanto a quantidade quanto a duração dos erros. O cálculo da duração exige mais complexidade, pois é preciso encontrar o número de erros que excedem um determinado limite de tempo, como requisições que ultrapassam um segundo de latência. Embora seja possível usar histogramas para estimar esses valores, o uso de métricas de contadores pode ser mais direto e eficaz.

A medição precisa da disponibilidade, a definição de orçamentos de erros e a análise de falhas são áreas essenciais para garantir o sucesso de operações que dependem de infraestrutura tecnológica. Embora não seja fácil concordar sobre qual deve ser o orçamento de erro de um serviço, a transparência e a comunicação entre equipes técnicas e de negócios são essenciais para definir parâmetros adequados e para garantir a manutenção da qualidade do serviço em níveis aceitáveis.

Como a Análise de Causa Raiz (RCA) Pode Ser Aprimorada Usando SQL e Observabilidade em Sistemas Complexos

A análise de causa raiz (RCA) é um aspecto fundamental da engenharia de confiabilidade de sites (SRE) e da engenharia de dados. No contexto de sistemas distribuídos e de microserviços, a complexidade dos problemas que surgem exige novas abordagens, além das tradicionais técnicas baseadas apenas em painéis de controle e gráficos. Embora ferramentas como Grafana e Prometheus tenham facilitado a visualização de dados, elas não fornecem sempre uma solução completa para identificar a causa raiz de falhas. A análise de logs, métricas e traços pode ser um bom ponto de partida, mas a verdadeira potência surge quando essas informações são analisadas de forma mais profunda, utilizando SQL e outras técnicas de observabilidade avançadas.

As ferramentas de observabilidade, como Pyroscope, Faro e Promscale, permitem a coleta de sinais importantes, como métricas, traces, logs e perfis de sistema, mas a verdadeira eficiência da análise de causa raiz só é atingida quando esses dados são manipulados de forma adequada. O uso de SQL para automatizar a análise de falhas é uma abordagem que, embora desafiadora, oferece um controle incomparável sobre os dados. Isso torna possível não apenas visualizar os problemas, mas também prevê-los e automatizar sua resolução.

Um dos maiores desafios ao diagnosticar falhas em sistemas modernos é a grande quantidade de dados que precisam ser analisados e correlacionados. Quando um sistema falha, os sinais podem vir de diferentes fontes: os logs do sistema, as métricas de desempenho, os traces das requisições, os perfis de CPU e memória, entre outros. Cada um desses sinais por si só pode fornecer informações valiosas, mas a verdadeira compreensão vem da correlação entre esses dados. O uso de SQL é essencial para manipular esses sinais de forma mais eficiente, permitindo uma análise que vai além da simples visualização em um painel. Com SQL, é possível realizar consultas complexas, identificar padrões e tendências nos dados e até mesmo prever falhas antes que elas se manifestem de forma crítica.

Ao utilizar Promscale, uma ferramenta de armazenamento de dados baseada no PostgreSQL, é possível integrar facilmente métricas de séries temporais e traces de Jaeger para realizar a análise de causa raiz. Essa integração é uma das grandes vantagens em relação às soluções comerciais, que muitas vezes não fornecem o nível de flexibilidade necessário para lidar com os dados em profundidade. Além disso, com o auxílio de ferramentas como o OpenSearch, é possível aplicar detecção de anomalias e práticas de AIOps para automatizar processos e tornar a análise mais eficiente.

Entretanto, é importante notar que o simples fato de coletar e armazenar sinais não resolve o problema. A análise precisa ser feita de forma estruturada. O processo de RCA pode ser dividido em três etapas principais. Na primeira etapa, é necessário identificar as áreas problemáticas usando métricas e painéis de controle. As métricas, como os dados de CPU e memória, podem ajudar a restringir o escopo do problema, fornecendo uma visão geral de como os recursos estão sendo consumidos ao longo do tempo. Embora esse método seja útil, ele não é suficiente para entender problemas mais profundos, como latências e erros específicos de microserviços. É nessa fase que os traces e perfis entram em cena, ajudando a entender o comportamento individual de cada requisição.

Na segunda etapa, quando as métricas e os painéis não são suficientes, os traces e perfis fornecem uma visão mais detalhada dos problemas. Os traces, por exemplo, mostram o tempo de latência e os erros de microserviços e SQL, enquanto os perfis ajudam a entender o uso de CPU e memória a nível de métodos. Esses dados detalhados permitem identificar falhas em requisições específicas, agilizando o processo de resolução. Contudo, mesmo esses dados podem não ser suficientes em casos mais complexos.

A terceira etapa, e talvez a mais importante, envolve a análise de níveis mais baixos, como os traces do sistema e os perfis eBPF. Ferramentas como o Performance Copilot (PCP) e eBPF permitem a visualização de recursos do sistema com baixo overhead, possibilitando uma análise mais precisa das causas subjacentes dos problemas. Mesmo que o processo seja mais demorado, a identificação e correção da causa raiz evita a recorrência do problema no futuro. Nesse contexto, as ferramentas de observabilidade fornecem sinais cruciais, mas, para uma análise mais completa, é necessário adentrar nos níveis mais baixos do sistema.

Em sistemas distribuídos modernos, os problemas podem ser mais variados e complexos. A maneira como abordamos a análise de causa raiz deve ser adaptativa, utilizando diferentes sinais dependendo do contexto. Não basta apenas monitorar e visualizar dados; é preciso integrar e analisar esses dados de forma dinâmica e automatizada. O uso de SQL para consultas avançadas pode ser uma das chaves para melhorar a eficiência da RCA, transformando uma tarefa inicialmente manual e demorada em uma tarefa automatizada e previsível.

Além disso, é fundamental compreender que o diagnóstico de falhas em sistemas distribuídos requer um entendimento profundo da arquitetura envolvida, como o funcionamento das microservices, a comunicação entre elas e os recursos alocados. Configurações inadequadas, como a falta de threads ou de pools de conexões, podem ser a causa de falhas complexas e difíceis de identificar. Quando os recursos não são configurados corretamente, é possível observar cascatas de falhas que afetam múltiplos serviços, o que reforça a importância de uma análise precisa e eficaz. Ajustes simples, como aumentar os limites de recursos, podem ser uma solução temporária, mas a verdadeira causa precisa ser compreendida e corrigida de forma profunda.

Como Implementar Análise de Causa Raiz (RCA) com OpenSearch e IA Generativa

A análise de causa raiz (RCA) é uma técnica essencial para identificar as origens de falhas em sistemas complexos. Quando combinada com ferramentas como OpenSearch e IA generativa, a RCA pode ser significativamente aprimorada, facilitando a detecção e resolução de problemas em tempo real. A implementação de sistemas de AIOps (Operações de TI Automatizadas) pode melhorar a eficiência, acelerar a solução de falhas e reduzir o tempo de inatividade (MTTR – Mean Time To Recovery).

Ao integrar dados internos armazenados no OpenSearch com modelos de linguagem (LLMs) externos, como os da OpenAI, é possível obter resultados altamente precisos para a análise de falhas. O processo começa com a incorporação de documentos e dados em um banco de dados vetorial, o que permite ao LLM compreender e responder a informações baseadas nesses dados. Essa técnica é crucial para a análise de causas profundas, uma vez que o LLM pode identificar rapidamente padrões e correlações entre as falhas, utilizando tanto os dados históricos quanto os gerados por novos eventos.

Uma das principais vantagens dessa abordagem é a criação de uma base de conhecimento sólida, alimentada por relatórios bem organizados e categorizados de falhas. Esses relatórios podem ser transformados em playbooks que servem como guias para lidar com falhas futuras, desde o nível da infraestrutura até o nível das aplicações. Para garantir que a IA generativa forneça respostas precisas, é necessário criar e manter essa base de conhecimento de forma organizada e atualizada. Quanto mais estruturada for a base, melhores serão os resultados da IA ao buscar respostas.

Outro aspecto importante é o uso de engenharia de caos, que permite gerar dados valiosos em um ambiente de teste. As falhas e sinais gerados durante os testes tornam-se parte da base de conhecimento, alimentando o banco de dados vetorial. Ferramentas como Promscale e OpenSearch oferecem suporte para snapshots, ou instantâneos, que são úteis para arquivar e recriar falhas passadas. Com essas informações e mensagens de erro, a IA pode realizar uma análise detalhada das causas, fornecendo insights rápidos sobre o problema.

No entanto, é importante destacar que, embora a quantidade de documentação seja relevante, a qualidade dos documentos armazenados é ainda mais crucial. Mesmo com uma quantidade limitada de dados de alta qualidade, a IA generativa pode fornecer respostas precisas, desde que a base de dados seja bem estruturada e refletiva das falhas mais comuns ou críticas. Por isso, a engenharia de caos e a coleta constante de dados de falhas são componentes essenciais para garantir que a IA tenha as informações necessárias para realizar uma análise profunda.

O uso de OpenSearch na configuração de AIOps e RCA tem diversas vantagens. Ele oferece uma configuração simplificada para ferramentas como LangChain e RAG (Retrieval-Augmented Generation), sem exigir desenvolvimento complexo. OpenSearch facilita o gerenciamento de modelos e a integração com bancos de dados vetoriais, permitindo que se configurem agentes e ferramentas essenciais para o processo de RAG. A utilização de OpenSearch reduz o tempo de desenvolvimento ao fornecer módulos e agentes prontos para uso, otimizando o tempo de implementação.

O processo básico de RAG, quando combinado com OpenSearch, envolve a busca de dados relevantes no banco de dados vetorial e sua utilização para formar prompts que podem ser processados pela IA generativa. O OpenSearch RAG é semelhante ao LangChain RAG, mas com maior automação. A pesquisa semântica utilizada no OpenSearch permite que o sistema busque dados de forma eficaz, enquanto o modelo de IA integra essas informações para responder adequadamente às solicitações dos usuários.

Outro ponto a ser considerado é a complexidade da configuração do banco de dados vetorial e dos agentes. O OpenSearch oferece ferramentas poderosas para configurar e gerenciar essas integrações de maneira eficiente, minimizando a necessidade de personalização manual. Com isso, a plataforma se torna ideal para a implementação de AIOps, simplificando o processo de busca e recuperação de dados e permitindo que a análise de falhas seja realizada com rapidez e precisão.

Além disso, o OpenSearch oferece suporte para várias funcionalidades adicionais, como a detecção de anomalias, correlação de métricas e visualização de dados, que são essenciais para a operação eficaz de sistemas complexos. A detecção de anomalias em tempo real, combinada com a análise de métricas e logs, pode fornecer insights valiosos sobre o desempenho do sistema e ajudar na identificação de falhas antes que elas se tornem críticas.

Por fim, ao implementar sistemas de AIOps e RCA com OpenSearch e IA generativa, é importante manter a base de conhecimento atualizada e focada na qualidade dos dados. O uso de snapshots, testes de caos e a coleta contínua de informações são práticas recomendadas para garantir que o sistema de AIOps esteja sempre pronto para responder de forma precisa e eficiente a qualquer falha. A IA generativa, alimentada por dados bem estruturados, pode fornecer respostas rápidas e precisas, reduzindo o tempo de recuperação e aumentando a eficiência operacional.

Como garantir eficiência e precisão na observabilidade de sistemas complexos?

Em sistemas distribuídos e complexos, a definição correta de timeouts é crucial para evitar atrasos desnecessários e sobrecarga dos servidores. Caso o timeout não seja configurado ou seja muito extenso, o sistema pode ficar preso esperando por respostas de serviços externos que não retornam, acumulando um número elevado de requisições e aumentando a latência do sistema. Por isso, é essencial ajustar os timeouts conforme a natureza das requisições: um timeout curto para requisições GET, que não alteram dados, e um timeout mais longo para requisições POST, que exigem tempo para concluir alterações.

Outro aspecto vital para manter a estabilidade do sistema é limitar o número de conexões com serviços externos. Uma quantidade excessiva de conexões simultâneas pode sobrecarregar os serviços de destino, impactando negativamente o desempenho geral. Portanto, tanto os serviços requisitantes quanto os destinatários precisam analisar suas capacidades e ajustar os limites de conexões para garantir a resiliência do ambiente. Paralelamente, a reutilização de conexões TCP, inclusive as sessões TLS, é uma prática eficaz para reduzir o overhead causado por handshakes repetidos, economizando recursos computacionais e acelerando as comunicações entre clientes e servidores.

No contexto da observabilidade, é importante compreender as limitações dos sinais coletados e os desafios inerentes à sua correta configuração. Um erro frequente é a má configuração dos sinais, que quebra a correlação dos dados, impedindo a criação de dashboards precisos, a recuperação adequada das informações necessárias pelos desenvolvedores e gerando alertas imprecisos e ruidosos. Esse ruído excessivo dificulta a identificação de problemas reais e eleva o custo de operação.

O uso de diferentes tipos de sinais, como logs, eventos, anomalias, rastreamentos e monitoramento do usuário real, deve ser abordado com um entendimento profundo de suas características e restrições. Por exemplo, a detecção de anomalias baseada em métricas pode ser complexa e suscetível a falhas devido à estrutura intricada dos dados, demandando configurações cuidadosas para evitar falsos positivos e ruídos. Eventos, apesar de sua limitação de protocolos suportados, podem suprir lacunas da observabilidade e enriquecer a análise por meio do event sourcing. Logs, embora muitas vezes negligenciados, são indispensáveis para adicionar contexto detalhado e preencher falhas deixadas por outras formas de instrumentação, sobretudo em sistemas legados onde a automação é limitada. Entretanto, sua configuração incorreta é uma fonte comum de quebra de correlações e aumento do ruído, exigindo atenção especializada.

O monitoramento da experiência do usuário real se torna uma alternativa estratégica quando a instrumentação de componentes críticos, como APIs, CDNs e balanceadores de carga, não é possível. Com arquiteturas variadas entre fornecedores, esse tipo de monitoramento pode se basear em rastreamentos ou eventos, sendo necessário compreender as capacidades oferecidas e correlacioná-las com outros sinais para obter uma visão holística.

A depuração ao vivo e os perfis de execução são ferramentas complementares que superam as limitações de logs e rastreamentos para identificar e resolver causas raiz. Contudo, o uso de perfis enfrenta desafios técnicos variados, como diferenças entre linguagens e produtos, e seu impacto potencialmente elevado no desempenho do sistema. Conceitos como árvores de chamadas, rastreamentos de pilha e dumps de threads são fundamentais para a análise detalhada e devem ser dominados para se extrair o máximo desses recursos.

Além disso, é fundamental reconhecer que a observabilidade, apesar de seus avanços, ainda é uma tecnologia em desenvolvimento. Muitas funcionalidades ainda não estão maduras, especialmente para requisitos complexos, o que exige que equipes técnicas estejam preparadas para identificar lacunas, buscar alternativas e adaptar suas estratégias constantemente.

Os logs possuem papel essencial dentro desse cenário, frequentemente subestimado. Embora sejam considerados sinais de menor prioridade, são os únicos que conseguem detalhar mensagens personalizadas e atributos que outras formas de instrumentação automatizada não capturam completamente. A emissão correta de logs deve incluir contextos de rastreamento, tanto do OpenTelemetry quanto dos sistemas comerciais, pois as variações nos agentes podem alterar as informações apresentadas. No entanto, problemas com agentes, contextos de mapeamento de dados (MDC) e gerenciamento de threads podem resultar em dados incompletos ou incorretos nos logs, o que torna imprescindível uma análise detalhada e a repetição constante do estudo desses elementos.

Em suma, uma compreensão profunda das características e limitações dos sinais de observabilidade, aliada a uma configuração criteriosa dos timeouts, conexões e reutilização de sessões, é o alicerce para sistemas resilientes e eficientes. O domínio desses conceitos e a disposição para adaptar estratégias diante das limitações técnicas são essenciais para enfrentar os desafios presentes na análise e na resolução da causa raiz de falhas em ambientes complexos.