No silêncio profundo da noite, meu corpo estava imobilizado, preso em uma paralisia que me retirava de toda a percepção sensorial. Não sentia nada. Não havia cheiro, nem toque, nem visão. O único vestígio do mundo ao meu redor era o suave balançar das árvores ao vento. O tempo parecia parar, a noite se aproximava com um peso invisível, e com ela, o desaparecimento da tênue luz que ainda se infiltrava pelas minhas pálpebras cerradas.

A porta do barraco bateu, e o som de passos se afastando foi seguido pelo ruído característico das portas da ambulância sendo fechadas. O motor da viatura ronca e, depois, se apaga, enquanto o veículo segue pelo trilho em direção à estrada. Nesse momento, o único som que restava para mim era o estalar da madeira do barraco e os ecos distantes da floresta, que se tornaram meu único vínculo com o mundo. Fosse por esses sons, eu teria desmoronado em inconscência novamente.

Perdido em meus próprios pensamentos, eu tentava focar naquelas raras informações sensoriais, enquanto meu cérebro se questionava sobre os mistérios ao meu redor. Quem eram os Forasteiros? De onde haviam vindo? Onde estava sua "casa"? Segundo meu pai, eu mesmo era um Forasteiro. Mas essa informação, em vez de esclarecer, apenas intensificava o mistério. Tentava entender o que havia acontecido com meu pai na explosão que quase me destruiu. Será que ele também escapou por um milagre? Essas perguntas se formavam em minha mente, mas não consegui respostas. E então, a inconsciência tomou conta de mim mais uma vez.

Quando acordei, havia uma mudança palpável. Em primeiro lugar, percebi que minhas pálpebras se moveram, mesmo que lentamente. Com o passar dos minutos, o primeiro toque da sensação começou a retornar. Começou nas pontas dos dedos, como um formigamento leve, até que a sensação se intensificou de tal forma que minhas mãos pareciam em chamas. Gradualmente, o resto de meu corpo seguiu o mesmo caminho, e meus braços e pernas começaram a se mover novamente, ainda fracos e descoordenados. No entanto, minhas tentativas de falar resultaram em sons desconexos, grunhidos e gemidos involuntários. Não conseguia controlar minha boca, e as palavras escapavam em fragmentos sem sentido.

Foi quando, ao longe, o som de um motor começou a se aproximar, crescendo de um murmúrio distante para um rugido ameaçador. O instinto de sobrevivência foi o que me impulsionou a tentar forçar os braços e as pernas a se moverem. E naquele momento, a porta do barraco se abriu com um estrondo, revelando uma figura imensa diante de mim. Um homem alto, vestido com um macacão e um sobretudo, com um rosto severo e olhos castanhos penetrantes que me encaravam sem expressão. Ele murmurou algo sobre "o que fazer com um cadáver que não é cadáver", e então me pegou nos braços como se eu fosse uma criança indefesa.

Ele me transportou para fora do barraco e me colocou em um caminhão velho. O motor, com seu som característico, quebrou o silêncio da manhã. Enquanto o grande homem dirigia, eu estava coberto por palha, tentando me recuperar e entender a situação. A rigidez do meu corpo foi diminuindo aos poucos, e à medida que passávamos por estradas irregulares e montanhosas, o ambiente foi mudando. O ar estava mais fresco, a vegetação mais verde, sinal de que estávamos saindo da parte árida da região. Durante toda a jornada, o homem tocava a rádio em volume alto, e embora isso me incomodasse profundamente, também me impedia de perguntar sobre o que estava acontecendo.

Depois de horas de viagem, a paisagem se transformou em campos verdes e riachos correndo livremente, e logo chegamos a uma pequena fazenda, onde o grande homem estacionou o caminhão diante de uma casa simples. Antes que eu pudesse reagir, uma jovem correu até ele e o abraçou com entusiasmo. Era alguém que eu reconhecia, embora meu corpo ainda estivesse em estado de desorientação. Ela sorriu ao me ver e logo me beijou nas bochechas. Era a funcionária da livraria da Universidade de Moscou.

O homem, por sua vez, se apresentou com um nome peculiar: "Dolfuss". Mas o que mais me impressionava era a situação em si. O que significava tudo isso? Qual era o propósito de toda essa jornada? O que havia realmente acontecido com meu pai e com os Forasteiros? Essas perguntas continuavam a martelar minha mente, e, embora tivesse sido resgatado, a sensação de estarmos em meio a um enigma ainda não resolvido permanecia.

Com o retorno gradual à realidade e à movimentação do corpo, surge também o retorno da compreensão. O medo do desconhecido que tomou conta de minha mente, embora ainda presente, começa a ser substituído pela necessidade de encontrar respostas, não importa o custo. A jornada física e psicológica que esse relato revela é uma metáfora para os desafios de reintegração do corpo e da mente após um trauma profundo, seja físico, seja emocional. Ao mesmo tempo, o encontro com o desconhecido — os Forasteiros, o mistério do pai, a identidade do grande homem — coloca à prova as nossas próprias convicções sobre o que é real, o que é memória, e o que é sobrevivência.

É preciso entender que as reações humanas em momentos de choque não são apenas físicas, mas também mentais. A paralisia do corpo reflete muitas vezes uma paralisia emocional e psicológica, onde a mente luta para processar o que está acontecendo. No entanto, como mostro nesta narrativa, o corpo e a mente têm um poder formidável de se regenerar, de voltar a sentir, de dar sinais de que a vida continua, mesmo quando parece ter sido interrompida. A sensação de estar "preso" em um corpo ou em uma situação que não compreendemos pode ser um estado temporário. A mente humana tem uma capacidade impressionante de se adaptar, de reorganizar-se, e de buscar soluções, mesmo que essas soluções não apareçam de imediato.

Como Funciona a Especialização em um Mundo de Mistérios e Agentes

Dolfuss explicou a mim algumas horas depois, quando consegui jantar sem problemas. "Tinha que ter certeza de que a injeção letal usada induziria um estado catatônico em você," continuou. "É uma diferença delicada de química entre um humano e um Outlander." Eu achei estranho ouvir o grande homem falar assim. Minha primeira impressão dele, como um agricultor robusto com seu caminhão antigo e sua carga de porcos, era difícil de ser esquecida. "Mas isso é minha especialidade, então você não tinha motivo para se preocupar." Isso me pareceu uma visão excessivamente leviana da minha situação anterior, mas me contive de dizer algo. "Veja bem," Dolfuss roncou, "é muito difícil retirar alguém que está vivo. Mas toda agência se torna descuidada quando acredita que a pessoa está morta. É minha especialidade," ele repetiu.

Isso não me pareceu tranquilizador, mas Dolfuss parecia à vontade, e meu receio não foi suficiente para contestar sua visão. "Mas vão procurar por mim agora?" perguntei. Ele riu. "Não, não, não! Como poderiam? Acredita-se que você tenha sido cremado. Eles estariam à procura de fumaça então?"

"Mas eu não fui cremado," eu retruquei. "Ah, mas alguém foi!" respondeu ele, dando de ombros. "Alguém que estava programado para ser dissecado. Agora, é por essa pessoa que estarão procurando. Não entende?" Lembrei-me então de outro corpo, em um lugar que lembrava um necrotério. "Então você trocou os corpos?"

"Somente as etiquetas nos caixões. Não era necessário ser dramático." Dolfuss, com a calma habitual, parecia ter um controle absoluto da situação. "Onde está Edelstam?" perguntei, mudando abruptamente de assunto. Em resposta, ele pôs o dedo indicador direito nos lábios e disse, "Shh, não mencionamos o cavalheiro. Mas, em confiança, direi que a missão dele foi cumprida."

"Posso me considerar livre então?" perguntei, sentindo uma leve esperança. "Se desejar seguir pelo mesmo caminho, farei os arranjos para isso. É por isso que você foi trazido até aqui."

"Seguir Edelstam? Certamente tenho alguns pontos a discutir com ele," disse, com uma leve ironia.

"Dúvido," Dolfuss comentou, observando com seu tom característico. "Não vejo como posso voltar aos EUA ou à Rússia."

"Você precisaria mudar seu papel para algo mais clandestino." A frase de Dolfuss me fez refletir sobre o que realmente tinha feito nos últimos meses. Ele continuou: "Ah, mas você tem se comportado de forma livre e instintiva. Seria necessário que você mudasse para um trabalho mais planejado. Isso seria diferente."

"Como diferente?" perguntei. "Você talvez tenha que trabalhar longas horas como atendente de ambulância, por exemplo. Acabaram-se as descidas despreocupadas pelas encostas ensolaradas da neve, eh?"

"Mas se eu decidir seguir Edelstam, ainda poderei continuar da mesma forma?" Dolfuss assentiu com a cabeça. "Sim, você continuaria livre e instintivo. Isso seria o melhor para você. Mas deve pensar bem sobre isso. Ainda há tempo."

Nos dias que se seguiram, minha saúde foi se restaurando gradualmente, auxiliada pelos cuidados de Lena, a garota dos sorrisos e covinhas. Desde o início, era claro que sua verdadeira atenção estava voltada para Dolfuss, o homem que a havia tirado da Rússia depois do incidente com Kransky.

A natureza das atividades de Dolfuss foi se tornando cada vez mais clara. Ele era um tipo de "homem de limpeza", recolhendo os fragmentos soltos, como eu e Lena. Meu pai sabia disso, e foi por esse motivo que me deu o nome que eu carregava – "caso eu me metesse em dificuldades", como ele dizia. O problema, porém, surgiu ao refletir sobre a maneira como Dolfuss se descrevia: ele tinha uma "especialidade". Era alguém que fazia o que estava habilitado a fazer. Exatamente a mesma descrição poderia ser aplicada a mim. Eu também fora um especialista, fazendo exatamente o que me pediam para fazer.

Mas isso me levou a uma dúvida maior. Se éramos todos especialistas, como esse padrão de especialização fora estabelecido? Talvez pelos Outlanders. Mas, ao mesmo tempo, éramos todos Outlanders. Havia, então, um Outlander cujo papel fosse planejar, criar padrões? Se sim, a ideia de procurar esse planejador me fascinava. Quem era o responsável por entender o funcionamento da "bateria"? Quem a havia criado? Quem controlava os feixes de poder direcionados à Terra?

Essas eram perguntas que eu tinha que tentar responder. A tentativa de encontrar essas respostas me levaria a uma nova fase de minha vida.

Quando finalmente tomei a decisão de continuar meu caminho de forma instintiva, e que precisava voltar para "casa", Dolfuss assentiu com seriedade. "É a decisão mais sábia para você, Peter. Você não seria feliz no meu tipo de vida. Eu fico feliz em providenciar os detalhes da sua viagem até a estação espacial, mas você não ficaria feliz organizando tais detalhes. Não é o seu estilo, creio eu."

"Se você está falando de jogar truques nas agências de inteligência, é, não é meu estilo," admiti.

"O sapateiro deve se manter em seu oficio," Dolfuss comentou, assentindo com sabedoria. "Além disso," ele continuou, tocando a cabeça com um gesto enigmático, "tenho uma forte sensação de que você ainda tem trabalho importante a fazer."

"Você conhecia meu pai?" perguntei, curioso. Ele sorriu amplamente, uma expressão de respeito cruzando seu rosto. "Ah! Seu pai era um homem para as coisas que me interessam. Mas não acho que seja um caso de 'tal pai, tal filho'. Se fosse assim, o mundo seria um lugar muito entediante."

Eu não consegui extrair mais nada dele sobre esse assunto. Parecia que a filosofia de Dolfuss sobre o trabalho de inteligência envolvia dizer apenas o que fosse necessário e nada mais. O que fosse irrelevante poderia se tornar perigoso. Isso me desanimava, pois eu gostava de aprender de forma tranquila, algo que parecia impossível nesse universo fechado.

Por fim, perguntei: "Como você pretende me tirar daqui?"

Ele respondeu, como de costume, de forma enigmática: "Depende."

"Depende de quê?"

"Do seu olho."

"Vai ficar tudo bem," respondi, com confiança.

"Oh, vai sim. Vai ficar tudo bem. Não há dúvida. A questão é se ficará bem rápido o suficiente."

"Para quê?"

"Para que não percamos o barco."

Essa última frase, dada com uma risada profunda e cheia de mistério, me deixou com ainda mais questões. Mas percebi que de Dolfuss não obteria mais respostas do que aquelas que ele achasse necessárias.

Como a Energia de Júpiter Poderia Alimentar o Futuro da Terra?

Antes de seguir, um conselho rápido, Sr. Edelstam: "Cuidado ao jogar cartas com alguém chamado Sam Ossett. Ao menos, se o fizer, não use dinheiro real." Enquanto Edelstam se afastava para atravessar a ponte que o levaria até a nave de Macro, senti uma vontade repentina de falar sobre a morte humana. Naquele momento, quase falei para ele que, ao se aproximar de sua própria morte, ele deveria se consolar com o pensamento de que ele também era, no fim, apenas um robô, descartável dentro do grande esquema das coisas. Porém, percebi que ele estava menos preparado para aceitar tal perspectiva do que eu. Então, por compaixão, me calei.

Foi quando a luz atrás de nós se intensificou. "O que está acontecendo?", murmurou Edelstam. Ele avançou à minha frente com sua caminhada apressada, voltando para o hall que acabáramos de deixar. Antes que eu mesmo pudesse perceber o que estava acontecendo, ouvi um grito de surpresa dele: "Nossa!" Uma das paredes, com sua suave luz difusa, havia sido substituída por uma imagem deslumbrante da superfície de Júpiter, como se a parede se transformasse em uma tela de visualização. A grandiosidade da cena não tinha paralelo em minha experiência. Não estávamos apenas observando de longe, estávamos praticamente colados naquilo.

"Estamos olhando para fora agora?", perguntei. Edelstam balançou a cabeça. "Não exatamente", respondeu ele. "Isso está sendo feito eletronicamente. É uma projeção em uma espécie de super tela. Mas meu palpite é que, de fora da estação, parece realmente ser assim." "Tão grande assim?", perguntei. "Acho que sim." "É um pouco assustador, não?", comentei. "Sem dúvida", respondeu ele. "Eu ficarei aliviado quando puder ir embora." E, com um tremor, ele concluiu: "Este não é um lugar agradável para estar."

Apontei para duas colunas brilhantes que se erguiam até se perderem na borda da tela. "Combustível, eu diria. Aposto que essas colunas são aquecidas por feixes de laser direcionados para baixo, em Júpiter." "Que tipo de combustível?", perguntou Edelstam. "Deutério. O material utilizado na fusão nuclear. É de altíssima qualidade, se souber como usá-lo. Melhor que o hidrogênio comum que o Sol usa." "Não tem isso na Terra? Esse é o problema dos recursos de energia humanos?" "Não, de forma alguma. Há bastante deutério na Terra, em qualquer água comum. O problema não é a falta de combustível. O problema é o volume."

"Volume?", perguntei, surpreso. "Sim. Esse material precisa ser aquecido em um espaço muito grande, da mesma forma como é feito aqui, na atmosfera de Júpiter. É assim que os feixes de energia para a Terra são gerados." Edelstam me segurou firme pelo braço. Apontando para Júpiter, com suas cores em tons de ocre, marrom e roxo, ele continuou: "Você sabe, há energia suficiente ali para manter a Terra funcionando por mais tempo do que a idade de todo o universo." "Se soubéssemos como usá-la", corrigi.

"Exatamente, se soubéssemos, da mesma forma que os seres incandescentemente iluminados sabem. Por isso, aprender é tão importante, mais importante que poder e política." Uma sensação de choque nos fez recuar alguns passos da parede iluminada, pois de repente a imagem desapareceu. Em seu lugar, uma figura alta e abafada apareceu à direita. "É monstruoso!", gritei. A figura parecia estar esquiando, com esquis que brilhavam como um espetáculo de fogos de artifício. Ela se torceu e girou, descendo como um esquiador em uma corrida de slalom, antes de desaparecer. A borda brilhante de Júpiter reapareceu na tela.

Edelstam soltou uma risada profunda, mas não vi humor na situação. "Bem", ele comentou, "isso deve significar alguma coisa. Esquiando, né? Mas onde? Não em White Mountain, com certeza. Esquiando perto de Júpiter. Você precisaria de um traje espacial para isso." Foi nesse momento que a importância do traje espacial que Macro me equipara me atingiu com força. Quando contei isso a Edelstam, ele riu ainda mais abertamente. "Parece que sim. Em vez de ficar apodrecendo aqui, você está destinado a ir para algum lugar, para além de Júpiter. Mas eu não entendo isso de círculos."

Edelstam fez um gesto com o braço, da mesma forma que Macro e os tripulantes haviam feito. A figura apareceu novamente na tela, dessa vez no canto inferior esquerdo. Chamas irromperam dos esquis e, num piscar de olhos, a figura parecia disparar para cima, desaparecendo na parte superior da tela. "Uau", eu assobiei entre os dentes. "Nunca vi nada como isso antes. Ele realmente estava subindo?" "Parece que sim. Realmente parecia. Talvez seja melhor tentarmos discutir isso." "Não vejo como você pode discutir algo assim." Edelstam coçou a cabeça e apontou para cima com o dedo. "Se você me perguntasse se seria possível esquiar na atmosfera de Júpiter, eu diria que não."

Eu apenas resmunguei. "Mas se você me disser que estou errado", continuou Edelstam, "eu gostaria de saber de onde vem o suporte contra a força gravitacional." "Isso é óbvio, até para mim", resmunguei. "Talvez seja por forças magnéticas. Júpiter tem um campo magnético forte – para um planeta. Mas você precisaria de um fluxo de corrente elétrica tão grande que eu diria que não seria possível", disse Edelstam. "Um grande fluxo onde?", perguntei. "Nos seus esquis, claro."

"Mas algo estava acontecendo nos esquis", disse eu, começando a me interessar pela linha de raciocínio de Edelstam. "Sim, estava acontecendo muita coisa. Então talvez eu não esteja tão louco assim?" O esquiador apareceu pela terceira vez na tela, agora escuro e fortemente abafado, como sempre. Desta vez, o movimento era completamente descontrolado. O esquiador solitário estava caindo, de cabeça para baixo, em direção a Júpiter. "Esse cara já era", gritou Edelstam. Mas ele estava errado. Com um brilho brilhante dos esquis, o movimento de queda parou e a figura deslizou suavemente para a esquerda.

"João e Maria subiram a colina..." disse Edelstam, rindo. "Como você resolve isso?" "Eu tenho algumas ideias. Oh, como eu tenho ideias." "Eu gostaria de ouvi-las." "Bem, é a coisa da bateria novamente, não é?", falei. "Pode ser. Algo bem poderoso parece estar envolvido." "Acho que já te disse antes o porquê de eu chamar isso de bateria", lembrou Edelstam. "Algo a ver com a força eletromotora, certo?" "Certo. Uma força eletromotora. Ela gera uma corrente elétrica quando opera em um condutor. O que é o que poderia estar acontecendo no metal daqueles esquis que o sujeito estava usando. Certo?"

"E eu acho que sim. Isso faz sentido", concordei. Edelstam parecia empolgado agora. Ele me agarrou pelo cotovelo, como se fosse compartilhar um segredo. "Olha, meu rapaz, imagine que você está usando esquis equipados com uma bateria."

A história do esquiar sobre Júpiter e suas implicações tecnológicas levanta uma questão vital para o futuro: se soubermos como dominar essa energia, poderíamos desbloquear um novo caminho para sustentar nosso planeta de maneira mais eficiente. Mas como usá-la? A questão da tecnologia, do conhecimento e do controle sobre as forças da natureza é mais crucial do que nunca. A verdadeira chave, como sempre, estará na compreensão de como aplicar esses princípios para transformar nossas capacidades.